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PONTO CHIQUE
Shopping tem o metro quadrado mais caro do Brasil, diz estudo, mas passa de 22º a 27º entre os mais caros
Iguatemi cai no ranking global de aluguéis
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Impulsionadas pelo aquecimento de suas economias, a Ásia
e a Argentina lideram a lista das
regiões que acumularam a maior
valorização dos pontos comerciais no mundo.
No caso argentino, houve uma
alta de 30% no preço do metro
quadrado entre junho do ano passado e junho deste ano. A média
registrada nos países asiáticos foi
de 8,1%.
No topo do ranking mundial
elaborado anualmente pela imobiliária Cushman & Wakefield,
que opera em 48 países, mais uma
vez aparece a Quinta Avenida, em
Nova York. O Brasil aparece na
27ª posição, com o Shopping
Iguatemi, em São Paulo. Ele foi
apontado como o ponto mais caro do país, com metro quadrado
anual calculado em US$ 1.390. No
ano passado, estava em 22º lugar
no ranking. "Nos últimos três
anos, houve uma superoferta no
mercado e isso causou uma queda
nos preços", avaliou Paul Weeks,
diretor da Cushman & Wakefield, em São Paulo.
Já áreas do centro de São Paulo
viveram situação oposta ao do
shopping, com a rua Direita e a
rua Barão de Itapetininga sendo
pontos de destaque de valorização por causa das ações de revitalização da região.
De junho de 2003 a junho de
2004, as duas ruas registraram
uma alta de 10% no preço do aluguel comercial. Esse desempenho
coloca os dois endereços na sexta
colocação entre os pontos comerciais com maior valorização acumulada no continente americano.
Na frente até mesmo da badalada
Rodeo Drive, em Los Angeles.
"Essa valorização mostra a melhoria no centro de São Paulo",
diz Weeks.
Segundo a empresa, em 2000, a
taxa de escritórios vazios em São
Paulo era de 7%. Em 2003, chegou
a 21% e hoje está em 20%. "A economia está indo bem, com isso as
empresas estão voltando, e a demanda está voltando a crescer",
diz Weeks. Ele afirma ainda que a
procura por imóveis comerciais
em São Paulo no primeiro semestre deste ano foi maior do que a
registrada em todo o ano de 2003.
No Rio de Janeiro, esse cenário
se repete. O aluguel do metro quadrado no Shopping Rio Sul está
em US$ 1.380 e há tendência de alta em outros pontos da cidade.
Ameaça
O mesmo motor que serviu para
estimular o preço dos aluguéis pelo mundo - a expansão da economia mundial- também pode
servir para por um freio na elevação dos preços. De acordo com a
Cushman & Wakefield, em dois
terços dos endereços monitorados em 2004 houve elevação do
valor dos aluguéis.
"A cotação alta do petróleo é
um fator que preocupa. É difícil
analisar o impacto global nos preços dos aluguéis, mas pode atrapalhar", afirmou Weeks.
Atentados terroristas também
são apontados como motivos para uma desvalorização -ou diminuição do ritmo de alta- em
algumas partes do globo.
Mas, por enquanto, a imobiliária continua a traçar um prognóstico otimista. "Os mercados
emergentes, especialmente na Europa e na Ásia, vão permanecer
como alvos importantes para os
lojistas, o que deve estimular [o
mercado]", diz a empresa.
Para comerciantes que desejam
atrair a atenção dos varejistas de
luxo, que é um dos principais responsáveis pela movimentação no
preço dos aluguéis, os analistas da
imobiliária dão um conselho. "No
nível global, o mercado lojista ficará mais sofisticado e internacional, o que coloca ênfase na necessidade de lojas de alta qualidade."
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