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Bolsa cai 6,5% e fecha abaixo de 30 mil pontos
Há três anos a Bovespa não descia para um patamar tão baixo; desvalorização acumulada neste mês já supera os 40%
Com o temor de recessão
mundial, petróleo volta a se
depreciar e arrasta ações
da Petrobras, que fecharam
ontem com queda de 11%
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa acelerou suas perdas no fim do dia e encerrou,
pela primeira vez em três anos,
abaixo dos 30 mil pontos. Com
desvalorização de 6,5%, a Bolsa
de Valores de São Paulo terminou o pregão aos 29.435 pontos, menor nível desde outubro
de 2005. As perdas no mês passaram, assim, a ser de 40,58%.
O dia foi fraco, mas uma piora mais expressiva ocorreu apenas na última meia hora de pregão, com o índice Ibovespa encerrando na mínima.
As Bolsas nos EUA, apesar de
terem caído de forma menos
intensa, estão em seus menores
patamares desde 2003. O índice Dow Jones caiu 2,42%.
As perdas acumuladas pela
Bolsa neste ano já estão em
53,93%. Quem tivesse aplicado
R$ 10 mil em uma carteira atrelada às oscilações do Ibovespa,
contaria hoje com pouco mais
de R$ 4,6 mil.
Com o petróleo em rota de
baixa no exterior, as ações da
Petrobras seguem entre as
mais punidas da Bolsa doméstica. Ontem a ação preferencial
da Petrobras caiu 11,22%, e a
ordinária recuou 9,27%. O petróleo terminou o dia cotado a
US$ 63,22 em Nova York, com
baixa de 1,45%, em seu menor
preço em 17 meses.
O temor dos efeitos de uma
recessão econômica nas principais economias do mundo tem
derrubado cada vez mais o valor do petróleo.
Ontem os mercados acionários ensaiaram uma melhora
no começo da tarde, após ser
divulgada a elevação na venda
de casas novas nos Estados
Unidos em setembro. Perto das
12h, a Bovespa passou a recuar
apenas 0,75%. Mas a notícia
positiva não foi suficiente para
melhorar os ânimos.
"O dia foi menos instável ontem, mas o mercado ainda segue muito turbulento. Quando
parecia que já tinha caído o suficiente, houve uma forte piora
na última meia hora do pregão", afirma Jason Freitas Vieira, economista-chefe da UpTrend Consultoria Econômica.
O baixo giro financeiro de
ontem mostra que os investidores estão preferindo esperar
ao invés de correr para liquidar
suas ações nesse momento. No
pregão de ontem foram movimentados apenas R$ 3,24 bilhões, quase a metade da média
diária do ano.
Além da Petrobras, as ações
de outras companhias de grande peso no Ibovespa terminaram o dia em baixa elevada. Os
papéis da Vale se depreciaram
9,38% (ON) e 8,20% (PNA). Para BM&FBovespa ON, a queda
ficou em 10,88%.
O setor bancário também
não foi bem, sucumbindo no final do dia após subir durante
boa parte do pregão. O papel
preferencial do Bradesco, que
chegou a subir 3,49%, terminou com baixa de 4,34%. A ação
PN do Itaú, que chegou a ganhar 6%, fechou estável. As
duas instituições apresentaram seus balanços ontem.
(FABRICIO VIEIRA)
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