São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 2008

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Bolsa cai 6,5% e fecha abaixo de 30 mil pontos

Há três anos a Bovespa não descia para um patamar tão baixo; desvalorização acumulada neste mês já supera os 40%

Com o temor de recessão mundial, petróleo volta a se depreciar e arrasta ações da Petrobras, que fecharam ontem com queda de 11%

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa acelerou suas perdas no fim do dia e encerrou, pela primeira vez em três anos, abaixo dos 30 mil pontos. Com desvalorização de 6,5%, a Bolsa de Valores de São Paulo terminou o pregão aos 29.435 pontos, menor nível desde outubro de 2005. As perdas no mês passaram, assim, a ser de 40,58%.
O dia foi fraco, mas uma piora mais expressiva ocorreu apenas na última meia hora de pregão, com o índice Ibovespa encerrando na mínima.
As Bolsas nos EUA, apesar de terem caído de forma menos intensa, estão em seus menores patamares desde 2003. O índice Dow Jones caiu 2,42%.
As perdas acumuladas pela Bolsa neste ano já estão em 53,93%. Quem tivesse aplicado R$ 10 mil em uma carteira atrelada às oscilações do Ibovespa, contaria hoje com pouco mais de R$ 4,6 mil.
Com o petróleo em rota de baixa no exterior, as ações da Petrobras seguem entre as mais punidas da Bolsa doméstica. Ontem a ação preferencial da Petrobras caiu 11,22%, e a ordinária recuou 9,27%. O petróleo terminou o dia cotado a US$ 63,22 em Nova York, com baixa de 1,45%, em seu menor preço em 17 meses.
O temor dos efeitos de uma recessão econômica nas principais economias do mundo tem derrubado cada vez mais o valor do petróleo.
Ontem os mercados acionários ensaiaram uma melhora no começo da tarde, após ser divulgada a elevação na venda de casas novas nos Estados Unidos em setembro. Perto das 12h, a Bovespa passou a recuar apenas 0,75%. Mas a notícia positiva não foi suficiente para melhorar os ânimos.
"O dia foi menos instável ontem, mas o mercado ainda segue muito turbulento. Quando parecia que já tinha caído o suficiente, houve uma forte piora na última meia hora do pregão", afirma Jason Freitas Vieira, economista-chefe da UpTrend Consultoria Econômica.
O baixo giro financeiro de ontem mostra que os investidores estão preferindo esperar ao invés de correr para liquidar suas ações nesse momento. No pregão de ontem foram movimentados apenas R$ 3,24 bilhões, quase a metade da média diária do ano.
Além da Petrobras, as ações de outras companhias de grande peso no Ibovespa terminaram o dia em baixa elevada. Os papéis da Vale se depreciaram 9,38% (ON) e 8,20% (PNA). Para BM&FBovespa ON, a queda ficou em 10,88%.
O setor bancário também não foi bem, sucumbindo no final do dia após subir durante boa parte do pregão. O papel preferencial do Bradesco, que chegou a subir 3,49%, terminou com baixa de 4,34%. A ação PN do Itaú, que chegou a ganhar 6%, fechou estável. As duas instituições apresentaram seus balanços ontem.
(FABRICIO VIEIRA)



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