São Paulo, Domingo, 28 de Novembro de 1999


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Faturamento deve cair 24% neste ano

da Reportagem Local

O setor de obras públicas deve fechar 99 com uma queda no faturamento de 24% em relação ao ano passado, de acordo com pesquisa realizada pela COP (Comissão de Obras Públicas) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Em 98, as construtoras faturaram R$ 32,4 bilhões.
O levantamento, realizado com 300 empresas de 15 Estados, mostra que 63% das pesquisadas prevêem uma redução média de 41% do quadro de empregados.
Na opinião de Paulo Godoy, da Apeop, o setor ainda depende muito dos investimentos públicos, apesar da redução verificada na pesquisa.
Neste ano, do total que será faturado pelas empresas do setor, 60% corresponderão a projetos públicos, o que significa uma queda de 20 pontos percentuais em relação a 98. Os empresários reclamam ainda de que a crise financeira do poder público acentuou os atrasos de pagamento, agravando a situação financeira de muitas empresas.

Concessões
Além disso, a participação das empresas do setor no mercado de concessões de serviços públicos ainda é muito limitada. Apenas uma pequena parte entre as pesquisadas integra consórcios detentores de concessões.
"Algumas empresas saíram na frente, principalmente nas concessões rodoviárias, e se fortaleceram. Mas a maioria passa por dificuldades", diz Haroldo Guanabara, da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro.

Concessões
Um exemplo de uma construtora que "saiu na frente" é a Planova, que integra consórcios que ganharam concessões de operação de trechos das rodovias Castelo Branco e Raposo Tavares.
Seu sócio-diretor, Arlindo Machado Moura, conta que a mudança de foco do trabalho da empresa começou em 94, quando já se verificava uma forte queda na capacidade de investimento do poder público.
Depois de arriscar na área de fast food, trazendo para o Brasil a rede norte-americana TGI Friday's, a Planova decidiu investir nas concessões rodoviárias.
"Tivemos que nos adaptar. Não podíamos esperar as coisas acontecerem. E queremos mais concessões de estradas", diz Moura.
Mesmo assim, a empresa vai fechar 99 com uma redução de mais de 17% em seu efetivo voltado para o setor público.


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