São Paulo, Domingo, 28 de Novembro de 1999


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Informalidade do emprego atinge 50%

da Reportagem Local

A informalidade do emprego é o mais sério problema do setor da construção civil. Apesar da precariedade das estatísticas, levantamentos feitos por entidades patronais e de trabalhadores apontam que mais de 50% dos trabalhadores do setor não têm carteira assinada.
A concordância entre patrões e empregados termina quando lhes é questionada a razão da situação. "A construção civil não deveria ter uma contrato único por tempo indeterminado", defende Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção de São Paulo).
Ele exemplifica sua posição: "Se eu fizer uma obra no interior do Estado, tenho de contratar a maioria dos trabalhadores lá. Todos sabemos que a obra tem um prazo para terminar. Mas, no fim da obra, tenho de rescindir o contrato e pagar todos os encargos a que o trabalhador tem direito."
Para Zaidan, isso desestimula os investimentos e a geração de empregos. "Precisamos flexibilizar os contratos de trabalho."

Lucro rápido
O Sintracon-SP (sindicato dos trabalhadores) até concorda com a flexibilização do contrato de trabalho, mas sob condições. "Empresário adora chorar e lucrar rapidamente", afirma Antonio de Souza Ramalho, presidente do sindicato.
De acordo com Ramalho, o sindicato defende um contrato único por tempo determinado, em que os trabalhadores abririam mão dos 40% da rescisão e do aviso prévio, desde que as empresas abrissem suas contas e permitissem que os empregados tivessem participação nos lucros e resultados.
Na opinião de Godoy, da Apeop, as sucessivas leis de proteção ao trabalhador acabaram por desproteger a maioria deles. "É preciso rever isso tudo para permitir aumentar a geração de empregos."
Trabalhadores e patrões também concordam que o investimento no combate ao déficit habitacional é a melhor saída para diminuir o desemprego do setor da construção.
Na semana passada, representantes de entidades patronais e de trabalhadores foram a Brasília entregar proposta de priorização de investimentos na construção de moradias e em obras de infra-estrutura.


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