São Paulo, Domingo, 28 de Novembro de 1999


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Bradesco cresceu sob a batuta do "bancário" Amador Aguiar

da Reportagem Local

O Bradesco tem patrimônio de R$ 6,8 bilhões, o maior entre os bancos privados brasileiros, mas começou de forma modesta. Em 1943, um grupo de amigos se uniu para comprar a Casa Bancária Almeida, um banco quase falido de Marília, no interior de São Paulo.
Um dos sócios escolhidos para dirigir o negócio morreu dias antes da abertura do banco. Para substituí-lo foi convidado Amador Aguiar, o grande responsável pela transformação do Bradesco numa das maiores instituições financeiras privadas da América Latina.
Aguiar inovou apostando na prestação de serviços. O Bradesco foi o primeiro banco onde a clientela podia pagar suas contas. Com um crescimento explosivo, o Bradesco se tornou o maior banco privado brasileiro menos de dez anos depois de sua criação.
Amador Aguiar morreu em 1991, aos 86 anos. Até pouco tempo antes de sua morte, ele esteve à frente da administração do banco. Aguiar tinha apenas o diploma do curso primário, mas organizou toda a estrutura do Bradesco.
Seu estilo pessoal marcou a imagem do banco. Na época de sua morte, calculava-se que seu patrimônio pessoal era de mais de US$ 800 milhões. Mesmo com tanto dinheiro, Aguiar dirigia seu próprio carro, um Fusca.
O banqueiro costumava dizer que os ricos que ostentam sua prosperidade ofendem os pobres. Um das bases da estratégia de Aguiar foi apostar, justamente, na prestação de serviços para as famílias de baixa renda.
Filho de lavrador, Aguiar era protestante calvinista, fervoroso defensor da disciplina. Não gostava de ser chamado de banqueiro. "Serei sempre um bancário, discreto e cauteloso", costumava dizer. Seu primeiro emprego em banco foi como contínuo.


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