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VEÍCULOS
Montadoras vendem 10 mil unidades a mais por mês com queda do imposto
IPI menor diminui tombo em vendas de automóveis
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A redução da alíquota de IPI
(Imposto sobre Produtos Industrializados) para os automóveis
vai permitir ao setor diminuir em
quase um ponto percentual a queda nas vendas no período de vigência do incentivo em relação à
média do ano. Em números absolutos, significa que as montadoras
venderão em média 10 mil carros
a mais por mês, entre agosto e novembro, ante meses "normais".
De janeiro a julho, foram comercializados 716,9 mil automóveis e comerciais leves, o que representa uma média mensal de
102,4 mil veículos. Entre 1º de
agosto e anteontem, o acumulado
de unidades vendidas chegava a
449.024 -ou 112,26 mil unidades
comercializadas por mês.
No início de agosto, o governo
decidiu atender um pedido das
montadoras, que alegavam forte
declínio nas vendas e aumento da
capacidade ociosa nas fábricas
(com ameaça de demissões) como argumento para uma queda
na alíquota de IPI, a fim de estimular os consumidores. O decreto, que entrou em vigor no dia 6
desse mês, estipulou queda de até
três pontos percentuais no tributo
para veículos de até 2.000 cc. O incentivo fiscal acaba no domingo.
Os números atestam que a prerrogativa do menor imposto surtiu
efeito -aliado, afirmam as montadoras, à queda nos juros e melhora nas perspectivas da economia. De janeiro a novembro de
2002, foi comercializado 1,297 milhão de automóveis e comerciais
leves. De janeiro a anteontem, foi
1,165 milhão -queda de 10,2%
nas vendas. Como restavam só
dois dias úteis de venda em novembro (e mantido o ritmo de
vendas), faltariam ser agregados
aos dados deste mês mais 12 mil
unidades.
Mas, se isolados apenas os meses de IPI menor, verifica-se que
as vendas somente de automóveis
caem em relação a 2002, mas não
de forma tão intensa como nos
outros meses: -9,32% (495.158 em
2002 ante 449.024 neste ano).
O "efeito IPI" está presente também nos relatórios da Anfavea (a
associação das montadoras). Se,
em agosto, as vendas foram 11,3%
menores em relação a julho, nos
meses seguintes a curva se inverteu. Em setembro, foram vendidas 125 mil unidades, uma alta de
24,1% sobre agosto -note-se, no
entanto, que o levantamento da
Anfavea considera também caminhões e ônibus, que representam
cerca de 7.000 unidades/mês.
Outubro representou o melhor
mês de vendas desde maio de
2001. Foram comercializados
140,7 mil veículos (inclui carros,
ônibus e caminhões), expansão
de 12,6% sobre as 125.035 unidades vendidas em setembro passado e de 0,3% sobre outubro de
2002. Até o início desta semana, as
vendas totais (com ônibus e caminhões) eram 4,3% maiores que as
de outubro, segundo a Anfavea.
O setor se mobiliza para manter
ao menos parte do incentivo. Um
documento foi encaminhado pela
Anfavea ao governo, com os resultados do incentivo fiscal, e ele
mostraria que o governo não perdeu arrecadação. O vice-presidente da General Motors, José
Carlos Pinheiro Neto, por exemplo, defende que o governo mantenha o incentivo para os veículos
"flexfuel" (em que os motores
funcionam com gasolina, álcool
ou a mistura dos dois).
Há outro argumento: os fabricantes já anunciaram que repassarão integralmente aos preços
dos automóveis o eventual fim do
IPI menor. Os preços subirão em
média 9%, parte em razão do fim
do incentivo, parte pelo dissídio
médio de 18% aos trabalhadores.
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