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Brasil sugere comprar mais para vender carne a russos
Se a Rússia voltar a adquirir carne suína de SC, Brasil pode importar fertilizantes
Sugestão será levada pelo ministro Furlan; Brasil estaria disposto a gastar
até US$ 1,5 bi por ano para equilibrar balança comercial
THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA
O governo brasileiro pretende fazer mais uma tentativa de
cessar o embargo da Rússia à
carne suína catarinense. O ministro do Desenvolvimento,
Luiz Fernando Furlan, deve visitar o país com uma nova proposta: se a Rússia voltar a comprar suínos de Santa Catarina,
o Brasil pode importar fertilizantes, turbinas hidrelétricas e
trigo do país europeu.
O Brasil estaria disposto a
gastar até US$ 1,5 bilhão ao ano
para equilibrar a balança comercial, afirma o secretário da
Agricultura de Santa Catarina,
Gerson Sorgato.
"Não há certeza da reabertura de mercado. Mas essa é uma
sugestão. O Brasil hoje vende o
dobro do que compra [da Rússia]. É uma questão comercial."
Ainda há, no entanto, um entrave político e econômico, já
que existe interesse da Rússia
em incentivar a produção local.
Em visita ao país meses atrás,
o ex-secretário da Agricultura
de Santa Catarina Alfredo Felipe Luz afirmou que a questão
não era mais sanitária. Segundo ele, a competição entre produtores russos e brasileiros era
extremamente "ruinosa" e, por
isso, não havia disposição dos
russos em acabar com o veto.
Prestes a completar um ano
de embargo -período que o
acordo internacional preconiza
em razão da confirmação da febre aftosa no vizinho Paraná-,
o Estado acredita que, mesmo
que a Rússia retome as importações, o volume não será suficiente para suprir a oferta.
Por isso, Santa Catarina luta
para ter o reconhecimento da
OIE (Organização Mundial de
Saúde Animal) como área livre
de febre aftosa sem vacinação.
Assim, seria possível atrair
novos mercados, como Estados
Unidos, Japão e até a União Européia. Antes do embargo, 80%
do total das exportações do
produto do Estado tinha como
destino a Rússia. O objetivo é
acabar com essa dependência.
Para conseguir o título, o Estado tem de fornecer toda a documentação necessária para a
aprovação. "Essa é a nossa
preocupação. Já a entregamos,
mas reforçamos ao Ministério
da Agricultura a importância
de não perder o prazo."
O embargo já causou prejuízos de US$ 300 milhões (R$
650 milhões).
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