São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 2006

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Arábica do Espírito Santo se iguala aos preços de áreas tradicionais como MG

DO ENVIADO AO ESPÍRITO SANTO

Líder nacional na produção de café conilon, o Estado do Espírito Santo entra também na rota de cafés finos do tipo arábica. Em propriedades com média de dez hectares, produtores de Venda Nova do Imigrante, na região das montanhosas do Estado e a 90 km a oeste da capital Vitória, já recebem preços equivalentes aos pagos em São Paulo e Minas Gerais, tradicionais áreas de cafés finos.
Evair Vieira de Melo, secretário de Agricultura e Meio Ambiente da cidade, diz que a produção de café arábica chega a 2 milhões de sacas no Estado, contra 7 milhões no volume de conilon.
Clima seco, altitude de 950 metros e propriedades pequenas colocaram os produtores dessa região de colonização italiana na lista dos classificados com o "conceito de produção justa", o que garante contratos de venda de até US$ 150 por saca para importadores da Inglaterra.
Pedro Carnielli, presidente da Cooperativa dos Cafeicultores das Montanhas do Espírito Santo, também denominada de Pronova, diz que o volume de produto que é destinado ao mercado externo ainda é pequeno: 2,5% da produção local.
Mesmo assim, ele diz que o café destinado ao mercado interno rende bem mais do que há alguns anos. O custo médio de produção da região é de R$ 200 por saca, e 50% do volume colhido é vendido por R$ 280. O restante é comercializado a R$ 220, diz Carnielli.
A região de montanhas, no entanto, tem uma desvantagem: o custo de mão-de-obra, devido à impossibilidade de mecanização. Esse custo elevado faz com que as áreas menos produtivas de café sejam substituídas por eucalipto, matéria-prima que chega a render R$ 1.000 por hectare por ano, valor semelhante ao do café em períodos de preços ruins. Mas o café tem custos maiores devido à infra-estrutura exigida na produção.
Sobre a próxima safra, Carnielli diz que "tudo está muito esquisito". A florada foi irregular e é difícil uma previsão da safra 2007. Se houver nova quebra, essa será a terceira seguida, segundo Carnielli. (MZ)


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