São Paulo, quarta-feira, 28 de novembro de 2007

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

APAGÃO LOGÍSTICO
O Brasil pode enfrentar um apagão logístico. A safra brasileira cresce sem o devido acompanhamento de armazenagem e sistema de transportes. A preocupação foi manifestada ontem por Denise Deckers, assessora da Conab, em seminário da Embrapa sobre milho, em Dourados (MS).

TEM SOLUÇÃO Para sair dessa posição incômoda, o país precisa de ampliação estática de armazenagem de 20% acima da produção; barateamento do custo de transporte, alterando a matriz; utilização de mais ferrovias e hidrovias; e promoção de maior integração entre instituições governamentais e privadas.

MERCADO ATRAENTE
O atraente agronegócio brasileiro coloca mais uma empresa entre as que aumentam os investimentos no país: a Agco. A empresa anunciou ontem a atuação em novas áreas: colhedoras de cana, pulverizadores e motores. A Agco, que já havia anunciado a produção de colheitadeiras no Sul, deve montar nova fábrica de tratores (já tem duas). Desta vez, em MT.

INVESTIMENTOS
A empresa espera investir US$ 50 milhões por ano no país nos próximos três anos. Uma das novidades é a entrada no setor de uma colhedora de cana, produto que deverá estar no mercado em dois anos. A Agco comprou um projeto pronto de colhedora e deve iniciar a produção já no próximo ano.

PARTICIPAÇÃO
Neste ano, as indústrias do setor colocam 630 colhedoras de cana no mercado brasileiro. Na avaliação de André Carioba, gerente-geral da Agco na América do Sul, a expansão da colheita de cana crua gera demanda ainda maior, e a Agco espera participar com 30% desse mercado em cinco anos.

PESO PESADO
O Brasil é um país estratégico para a Agco, diz seu presidente, Martin Richenhagen. O faturamento global da empresa deve atingir US$ 6,5 bilhões neste ano -US$ 1 bilhão só na América do Sul. O Brasil é o grande responsável por esse volume.

PROBLEMA
A valorização do real deve provocar redução de 20% nas vendas externas da Agco neste ano. A situação piora quando se trata de vendas para os EUA, importante mercado para a empresa. Além do real forte por aqui, o dólar está fraco por lá.

SENTIDO OPOSTO
A pouca oferta de milho no mercado interno fez o produto ser negociado em alta ontem. Em São Paulo, região de maior pressão interna, a saca de milho chegou a R$ 33 na roça. Em Chicago, ao contrário, os preços recuaram.


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