GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA

Além de recorrer a bancos privados para tentar cobrir seus problemas de caixa, a Petrobras já começou também a fazer pequenos cortes para compensar o brutal encolhimento na receita após o agravamento da crise, em setembro. Só investimentos estão sendo mantidos.
Entre as "gorduras" que estão sendo queimadas, a estatal decidiu, por exemplo, suspender a contratação de consultorias até fevereiro. A despesa da Petrobras com consultoria é calculada em cerca de R$ 1 bilhão por ano.
Outra decisão que deve gerar controvérsia diz respeito aos patrocínios. A Petrobras também decidiu cortar 20% de todos os patrocínios para 2009 nas diversas áreas em que atua, inclusive na cultura e nos esportes. A estatal é a empresa que dispõe da maior verba de patrocínio do país.
Além dessas medidas, a Petrobras também decidiu cortar as tradicionais festas de fim de ano e os brindes da diretoria no período natalino. As viagens foram reduzidas, principalmente para o exterior, e passou-se a estimular o uso de videoconferências.
A Petrobras não fala, por enquanto, em corte de gasto com pessoal, que vem crescendo com contratações e aumentos, mas endureceu a relação com seus fornecedores. Contratos estão sendo renegociados, e algumas contas estão sendo pagas com atraso.
Não é só aos bancos oficiais que a Petrobras está recorrendo para cobrir suas necessidades de caixa. Também está negociando com outros bancos privados e não desistiu de buscar recursos em instituições estrangeiras.
A companhia petrolífera alimenta a esperança de, em pouco tempo, voltar a obter um empréstimo externo até para não ajudar a pressionar ainda mais o já congestionado acesso às linhas de empréstimo no mercado interno.


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