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Dilma nega crise na Petrobras
Ministra afirma que empréstimo de R$ 2 bi tomado na CEF se deve a "problema imediato de caixa'
Dilma classifica de "ridículas" declarações que levantaram dúvidas sobre saúde financeira da empresa; Lobão vê "dificuldade momentânea"
ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou
ontem serem "ridículas" as declarações de senadores do
PSDB que levantaram dúvidas
sobre a saúde financeira da Petrobras. A própria ministra, no
entanto, reconheceu que o empréstimo de R$ 2 bilhões- concedido pela Caixa Econômica
Federal à estatal do petróleo-
se deve a "um problema imediato de caixa".
As declarações foram concedidas após uma visita à quinta
edição da Feira Nacional da
Agricultura Familiar, que se
realiza neste ano no Rio de Janeiro. Ao responder às perguntas sobre a Petrobras, a ministra perdeu o bom humor que
ostentava durante a visita.
"Essa é uma acusação ridícula sobre a Petrobras. A Petrobras é a maior empresa, não só
de petróleo, mas a maior empresa nacional. Ela não está
descapitalizada. Ela tinha um
problema imediato de caixa para pagar impostos. Só isso",
afirmou Dilma.
Em nota divulgada ontem, a
Petrobras afirmou que precisa
de captação média anual de
US$ 4 bilhões e que, "em virtude das condições atuais do mercado financeiro internacional",
a empresa está utilizando "com
maior freqüência o mercado
doméstico para suprir suas necessidades normais de financiamentos".
Anteontem, o governo federal liberou as empresas do grupo Petrobras para buscar financiamento no BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) e em outros bancos no Brasil, sem limite de endividamento.
Ainda segundo a nota, a Petrobras teve, no mês passado,
maiores gastos com impostos e
taxas, com o recolhimento de
mais de R$ 11,4 bilhões. Parte
desses pagamentos se deve a
Imposto de Renda, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido e participações especiais
(que a estatal paga ao governo
federal pela exploração e produção de petróleo).
Lobão
O ministro Edison Lobão
(Minas e Energia) também disse que a Petrobras viveu uma
"dificuldade momentânea" e
por isso pegou R$ 2 bilhões emprestados com a Caixa.
O ministro defendeu a operação e disse que isso acontece
com regularidade. Questionado sobre a saúde financeira da
estatal, o ministro afirmou que
a empresa está bem.
"Ela [Petrobras] não está
mal. Está como sempre esteve.
Teve apenas dificuldades momentâneas em razão de impostos e compromissos que teve de
pagar, mas é uma situação que
se restabelece", disse o ministro. No balanço da Petrobras, o
dinheiro tomado à Caixa está
destinado a capital de giro, e
não a pagamento de impostos
ou tributos.
"Situação natural"
Questionada se, pelo fato de
ser a maior empresa do país,
com lucro acumulado de R$
26,5 bilhões até o terceiro trimestre, a Petrobras precisaria
recorrer a um empréstimo da
Caixa para pagar impostos, Dilma afirmou que era uma "situação natural".
"Ela tinha que pagar uma determinada quantia dinheiro,
fez um empréstimo, paga o empréstimo. Não tem mistério nenhum. Ela continua capitalizada", disse a ministra.
Ela minimizou o fato de o
empréstimo ter sido feito por
um banco federal e disse que a
Petrobras faz essas operações
com qualquer instituição.
"Acho que não tem problema
algum. Todo banco sonha em
emprestar para a Petrobras."
Colaborou a Sucursal de Brasília
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