São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2008

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Ganho cambial segura o nível de atividade da indústria paulista no mês de outubro

PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O movimento de desvalorização cambial segurou o nível de atividade da indústria paulista em um patamar positivo no mês passado, apesar da crise financeira internacional.
O INA (Indicador de Nível de Atividade) registrou alta de 0,2% em outubro contra setembro, no dado com ajuste sazonal, resultado considerado "positivo" pelo diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Francini, tendo em vista os efeitos das turbulências globais na economia do país. Sem ajuste sazonal, a alta foi de 3,4%.
A depreciação do real, que acumula baixa de 32% desde o princípio de agosto, garantiu um incremento de 15% no faturamento em reais obtido com as exportações, enquanto a receita advinda das vendas internas teve acréscimo de 2,8% em outubro na comparação com setembro. Com isso, o total de vendas reais registrou um aumento de 4,7% no mês. Esse é um dos principais fatores que compõem o INA.
"Se tirássemos esse componente, dificilmente o resultado do indicador seria positivo em outubro", afirmou Francini.
O setor automotivo foi o que "salvou" as vendas reais da indústria em outubro, por registrar aumento de 35% nas vendas externas, de acordo com o diretor da Fiesp.

Sinal negativo
Apesar do resultado positivo, já há sinais de desaceleração na indústria. O Sensor Fiesp -que indica as previsões dos industriais paulistas- mostra recuo, de 50,2 pontos em outubro para 42,5 pontos na segunda quinzena de novembro, com deterioração nas expectativas de mercado, vendas, estoque, emprego e investimento. A pontuação do Sensor varia em uma escala de zero a cem, sendo que acima de 50 as expectativas são consideradas positivas e, abaixo, negativas.
"Tudo indica que estamos à beira de um processo de redução da atividade econômica", afirma Francini.
Para o coordenador do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), Julio Gomes de Almeida, o INA revela que o faturamento da indústria continua "razoável", mas não aponta aquecimento na produção industrial.
"Sabemos que a crise já bateu na economia do país, mas alguns indicadores demoram a mostrar esse reflexo."


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