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Supermercados ampliam encomendas para o Natal
Vendas do setor no acumulado até outubro registram melhor desempenho em 6 anos
Pesquisa da Abras revela que, em relação a 2007,
71% dos supermercados aumentaram os pedidos de final de ano às indústrias
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
Apesar da crise, os supermercados mantêm o ritmo de crescimento, com aumento nas encomendas para o Natal e o Ano
Novo e a maior alta nas vendas
no acumulado do ano até outubro em seis anos, já descontada
a inflação do período.
O faturamento superou em
9,19% o do mesmo período do
ano anterior, de acordo com a
Abras (Associação Brasileira de
Supermercados). Alimentos,
bebidas, perfumaria, higiene e
limpeza representam mais de
70% das vendas do setor.
Segundo o presidente da entidade, Sussumu Honda, esses
itens são mais sensíveis à variação da renda do que ao crédito
e, por isso, os supermercados
ainda não sentiram os efeitos
da turbulência internacional.
No confronto de outubro com o
mesmo mês do ano passado, a
alta real foi de 11,48%. Já ante
setembro, foi de 6,62%.
O Grupo Pão de Açúcar também divulgou as vendas brutas
em outubro (R$ 1,75 bilhão),
com alta de 25,2% em relação
ao ano anterior.
Pesquisa da Abras entre 17 de
outubro e 14 deste mês mostrou que 71% das empresas entrevistadas aumentaram os pedidos feitos à indústria para as
festas de fim de ano na comparação com o ano passado, 25%
mantiveram o mesmo patamar
e 4% reduziram. Em 2007, com
relação a 2006, 65% incrementaram as compras, diante de
33% que não alteraram.
Para Honda, como os consumidores estão mais conservadores em adquirir bens duráveis por causa da retração no
crédito, "existe a tendência de
organizar festas de final de ano
mais fartas". O presidente da
Abras prevê aumento entre 5%
e 7% nos preços dos produtos
sazonais, mas pondera que, se
os supermercadistas tiverem
dificuldade nas vendas, vão ampliar os itens em promoção.
Para os importados, Honda
preferiu não arriscar uma estimativa de alta nos preços com a
disparada do dólar neste semestre. Segundo o levantamento, 53% dos entrevistados
mantiveram as encomendas
nos níveis de 2007, 39% ampliaram e 8% reduziram.
Considerando as vendas na
semana de Natal e Ano Novo, os
500 maiores supermercadistas
do país projetam crescimento
de 14% no faturamento.
Sobre o consumo dos lares
brasileiros no terceiro trimestre, estudo da LatinPanel aponta expansão de 2% no volume
no confronto com igual período
de 2007, considerando as cestas de alimentos, bebidas, higiene pessoal e limpeza.
O aumento foi puxado pelas
classes A e B (5%), seguidas das
D e E (2%), enquanto na C não
houve alteração no volume. Para Patricia Menezes, gerente da
empresa, uma das explicações é
que essa parte da população foi
a que "mais se endividou com a
compra de bens duráveis".
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