São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Inflação se desacelera, mas alta nos últimos 12 meses supera 11%

VERENA FORNETTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) da Fundação Getulio Vargas mostra que a alta de preços registrada em outubro, provocada principalmente pela valorização do dólar e pela alta de produtos agrícolas, não se repetiu com a mesma intensidade neste mês. O índice, que subiu 0,98% no mês passado, ficou em 0,38% em novembro.
Em outubro, a alta do dólar fez com que o preço das matérias-primas importadas aumentasse no atacado. Neste mês, a variação começou a ser repassada ao consumidor, mas isso ocorreu de maneira moderada porque outros fatores contiveram a pressão inflacionária.
"As quedas nas cotações das commodities continuam, e os preços de produtos que não têm relação com o mercado internacional, como os alimentos "in natura", caíram neste mês e ajudaram a segurar o índice", diz Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getulio Vargas.
Os produtos agropecuários, que subiram 0,48% em outubro, caíram 0,96% em novembro. Apesar da influência da retração das commodities, o principal responsável pela queda de preços do grupo foi o feijão, que teve alta de 11,58% em outubro e queda de 17,76% neste mês.
O IPA (Índice de Preços por Atacado) subiu 0,30% no mês, contra 1,24% em outubro. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) avançou 0,52%, ante alta de 0,25% no mês passado. Para o especialista, o IGP-M de 0,38% sugere que os preços começaram a se estabilizar.

Reajuste do aluguel
Apesar da moderação do índice de inflação em novembro, a alta de preços do IGP-M acumulada em 12 meses ainda é significativa: 11,88%.
Como o indicador é usado para calcular a correção de contratos, como os de aluguéis, quem precisa renegociar as parcelas no início do ano que vem provavelmente enfrentará reajustes de mais de 10%.
Quadros afirma, no entanto, que em meados de 2009 o índice deve recuar -puxado pela retração da economia e pela queda no consumo- e que pode chegar a cerca de 6%.


Texto Anterior: Ambiente: Lojas darão desconto a quem não usar sacola plástica
Próximo Texto: Crise financeira: Crédito ainda não está normalizado, afirma Mantega
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.