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Inflação se desacelera, mas alta nos últimos 12 meses supera 11%
VERENA FORNETTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A inflação medida pelo
IGP-M (Índice Geral de Preços
do Mercado) da Fundação Getulio Vargas mostra que a alta
de preços registrada em outubro, provocada principalmente
pela valorização do dólar e pela
alta de produtos agrícolas, não
se repetiu com a mesma intensidade neste mês. O índice, que
subiu 0,98% no mês passado, ficou em 0,38% em novembro.
Em outubro, a alta do dólar
fez com que o preço das matérias-primas importadas aumentasse no atacado. Neste
mês, a variação começou a ser
repassada ao consumidor, mas
isso ocorreu de maneira moderada porque outros fatores contiveram a pressão inflacionária.
"As quedas nas cotações das
commodities continuam, e os
preços de produtos que não
têm relação com o mercado internacional, como os alimentos
"in natura", caíram neste mês e
ajudaram a segurar o índice",
diz Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas
da Fundação Getulio Vargas.
Os produtos agropecuários,
que subiram 0,48% em outubro, caíram 0,96% em novembro. Apesar da influência da retração das commodities, o principal responsável pela queda de
preços do grupo foi o feijão, que
teve alta de 11,58% em outubro
e queda de 17,76% neste mês.
O IPA (Índice de Preços por
Atacado) subiu 0,30% no mês,
contra 1,24% em outubro. O
IPC (Índice de Preços ao Consumidor) avançou 0,52%, ante
alta de 0,25% no mês passado.
Para o especialista, o IGP-M de
0,38% sugere que os preços começaram a se estabilizar.
Reajuste do aluguel
Apesar da moderação do índice de inflação em novembro,
a alta de preços do IGP-M acumulada em 12 meses ainda é
significativa: 11,88%.
Como o indicador é usado
para calcular a correção de contratos, como os de aluguéis,
quem precisa renegociar as
parcelas no início do ano que
vem provavelmente enfrentará
reajustes de mais de 10%.
Quadros afirma, no entanto,
que em meados de 2009 o índice deve recuar -puxado pela
retração da economia e pela
queda no consumo- e que pode chegar a cerca de 6%.
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