São Paulo, sábado, 28 de novembro de 2009

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Países promovem ações para ampliar laços com a China

Ofensivas incluem a criação de centros de estudo sobre o país e programas de bolsas para o aprendizado de mandarim

Brasil terá presença modesta na Feira Universal de Xangai, maior evento internacional realizado na China depois da Olimpíada

DE PEQUIM

Cerca de 300 universitários mexicanos vivem na China estudando o idioma e a cultura de negócios local graças a um programa de bolsas que envolve os governos estaduais e nacional do México.
"Nós precisamos ter mais gente que fale mandarim no México e que principalmente entenda como fazer negócios aqui", disse à Folha o embaixador mexicano em Pequim, Jorge Guajardo.
Há 28 brasileiros estudando na China, 25 em pós-graduações que vão de comércio a literatura, convidados pelo governo chinês. A embaixada brasileira em Pequim não tem números sobre bolsistas do governo brasileiro.
Em visita à China na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que pretende elevar o número de estudantes americanos na China a 100 mil. Atualmente são 20 mil.
Não há nenhum centro de estudos sobre a China nas universidades brasileiras, e apenas a USP tem um curso de mandarim. Na Austrália, há 40 centros de estudos sobre a China nas universidades locais. Nos EUA, são mais de cem.
Além de estudar a China e aprender o mandarim, ofensivas de charme são crescentes para se promover no gigante asiático, isolado do mundo na maior parte de seus quase 4.000 anos e especialmente fechado nas primeiras décadas do comunismo.
A Espanha promoveu um "Ano da Espanha na China", que levou diversas exposições, degustações de vinho e gastronomia, espetáculos de flamenco na Ópera de Pequim, sempre prestigiados por membros da família real ou do governo. Neste ano, foi o país convidado da Feira do Livro de Pequim.
O Reino Unido tem quatro centros do British Council instalados na China. Um grupo de empresas de luxo da França criou um site todo em mandarim para promover marcas francesas no país.

Presença acanhada
Na Feira Universal de Xangai, que acontece no ano que vem, a presença modesta brasileira na China fica mais clara. O maior evento internacional realizado no país depois da Olimpíada terá pavilhões de 192 países, sob o tema "Cidade melhor, vida melhor".
Boa parte dos pavilhões serão exibições de vanguarda tecnológica e arquitetônica, um showroom do que cada país quer mostrar (e vender) na China para um público estimado em 70 milhões de chineses.
O Brasil ocupará um pavilhão em estrutura pré-fabricada, alugado do governo chinês. O próprio arquiteto que o desenhou admitiu à Folha em agosto que se trata de um espaço "vagabundo" e apenas "decoração de interiores".
Chile, Venezuela e México terão pavilhões próprios. O do Canadá será gerenciado pelo Cirque du Soleil. O da Suíça, que será aberto pelo tenista Roger Federer, tem duas colinas representando o ying e o yang, o rural e o urbano.
Não é o único que tenta sublinhar vínculos entre o país e os anfitriões. O da Espanha, de 8.000 m2, será formado por três gigantescos cestos de vime, material criado na China. O do México terá 4.000 pipas no teto, brinquedo também criado pelo gigante asiático.
O espaço dos Emirados Árabes terá uma duna desenhada pelo arquiteto britânico Norman Foster. A Rússia terá 12 torres de 20 metros de altura em 6.000 m2; a Índia ocupará 4.000 m2, mesmo tamanho do pavilhão mexicano, e o da Venezuela, 3.000 m2. O do Brasil tem 2.000 m2. (RJL)


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