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Países promovem ações para ampliar laços com a China
Ofensivas incluem a criação de centros de estudo sobre o
país e programas de bolsas para o aprendizado de mandarim
Brasil terá presença modesta na Feira Universal
de Xangai, maior evento
internacional realizado na
China depois da Olimpíada
DE PEQUIM
Cerca de 300 universitários
mexicanos vivem na China estudando o idioma e a cultura de
negócios local graças a um programa de bolsas que envolve os
governos estaduais e nacional
do México.
"Nós precisamos ter mais
gente que fale mandarim no
México e que principalmente
entenda como fazer negócios
aqui", disse à Folha o embaixador mexicano em Pequim, Jorge Guajardo.
Há 28 brasileiros estudando
na China, 25 em pós-graduações que vão de comércio a literatura, convidados pelo governo chinês. A embaixada brasileira em Pequim não tem números sobre bolsistas do governo brasileiro.
Em visita à China na semana
passada, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,
disse que pretende elevar o número de estudantes americanos na China a 100 mil. Atualmente são 20 mil.
Não há nenhum centro de
estudos sobre a China nas universidades brasileiras, e apenas
a USP tem um curso de mandarim. Na Austrália, há 40 centros de estudos sobre a China
nas universidades locais. Nos
EUA, são mais de cem.
Além de estudar a China e
aprender o mandarim, ofensivas de charme são crescentes
para se promover no gigante
asiático, isolado do mundo na
maior parte de seus quase
4.000 anos e especialmente fechado nas primeiras décadas
do comunismo.
A Espanha promoveu um
"Ano da Espanha na China",
que levou diversas exposições,
degustações de vinho e gastronomia, espetáculos de flamenco na Ópera de Pequim, sempre prestigiados por membros
da família real ou do governo.
Neste ano, foi o país convidado
da Feira do Livro de Pequim.
O Reino Unido tem quatro
centros do British Council instalados na China. Um grupo de
empresas de luxo da França
criou um site todo em mandarim para promover marcas
francesas no país.
Presença acanhada
Na Feira Universal de Xangai, que acontece no ano que
vem, a presença modesta brasileira na China fica mais clara. O
maior evento internacional
realizado no país depois da
Olimpíada terá pavilhões de
192 países, sob o tema "Cidade
melhor, vida melhor".
Boa parte dos pavilhões serão exibições de vanguarda tecnológica e arquitetônica, um
showroom do que cada país
quer mostrar (e vender) na
China para um público estimado em 70 milhões de chineses.
O Brasil ocupará um pavilhão em estrutura pré-fabricada, alugado do governo chinês.
O próprio arquiteto que o desenhou admitiu à Folha em agosto que se trata de um espaço
"vagabundo" e apenas "decoração de interiores".
Chile, Venezuela e México
terão pavilhões próprios. O do
Canadá será gerenciado pelo
Cirque du Soleil. O da Suíça,
que será aberto pelo tenista
Roger Federer, tem duas colinas representando o ying e o
yang, o rural e o urbano.
Não é o único que tenta sublinhar vínculos entre o país e
os anfitriões. O da Espanha, de
8.000 m2, será formado por três
gigantescos cestos de vime,
material criado na China. O do
México terá 4.000 pipas no teto, brinquedo também criado
pelo gigante asiático.
O espaço dos Emirados Árabes terá uma duna desenhada
pelo arquiteto britânico Norman Foster. A Rússia terá 12
torres de 20 metros de altura
em 6.000 m2; a Índia ocupará
4.000 m2, mesmo tamanho do
pavilhão mexicano, e o da Venezuela, 3.000 m2. O do Brasil
tem 2.000 m2.
(RJL)
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