São Paulo, segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

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EUA definem juros, e Copom explica corte de 0,25 ponto

Semana terá reunião do Fed, ata do BC e índices de inflação

DA REPORTAGEM LOCAL

Passada a primeira decisão do Copom de 2007, os investidores voltam a focar suas atenções no cenário externo, principalmente o norte-americano.
Na quarta-feira, o Fed (o banco central americano) realiza sua reunião periódica para definir como ficam os juros básicos dos Estados Unidos, que estão hoje em 5,25% anuais.
A expectativa dos agentes de mercado é que a taxa de juros norte-americana se mantenha inalterada.
A taxa básica do país foi elevada para 5,25% em junho do ano passado e tem sido mantida desde então.
Até o fim do ano passado, o mercado esperava que os juros norte-americanos fossem reduzidos ainda no primeiro trimestre deste ano.
Mas os últimos dados de inflação divulgados no país, que têm ficado acima do esperado, fizeram com que os investidores passassem a achar difícil a taxa americana cair antes do encontro do Fomc (o comitê do Fed que define os juros) de maio.
Luiz Antonio Vaz das Neves, diretor da corretora Planner, afirma que "dificilmente o Fed baixará os juros neste primeiro semestre".
Para os emergentes, quanto menor estiverem os juros norte-americanos, melhor. Pois nesses cenários os grandes investidores internacionais ficam mais dispostos a correr riscos: migram dos títulos do Tesouro dos EUA -os mais seguros do mundo, mas que passam a render menos- para ações e títulos da dívida de emergentes, que carregam riscos maiores, mas passam a dar retornos mais atrativos.
Além do encontro do Fed, serão divulgados nos EUA alguns dados econômicos importantes para o mercado. Na sexta-feira, haverá a apresentação do índice de confiança do consumidor e a taxa de desemprego norte-americano de janeiro.
Na quinta-feira, dados sobre renda e gastos pessoais dos norte-americanos e de inflação PCE (uma importante medida de custo de vida do consumidor nos Estados Unidos).
No Brasil, será divulgado amanhã o primeiro índice fechado de inflação do mês, o IGP-M. A expectativa do mercado é a de que a taxa fique em 0,59% em janeiro.

Explicações
O Copom (Comitê de Política Monetária do BC) decidiu na semana passada reduzir a taxa básica da economia brasileira em apenas 0,25 ponto percentual, ratificando as apostas da parcela mais conservadora do mercado.
Outra parte dos investidores e analistas considerava a possibilidade de a taxa Selic ser cortada em 0,50 ponto percentual. A taxa básica brasileira, a Selic, foi reduzida de 13,25% para 13% ao ano.
Na quinta-feira, o Banco Central apresentará a ata da reunião -documento no qual os representantes do Copom explicam os motivos que os levaram a cortar a taxa na magnitude definida.
A decisão não foi unânime, com três dos oito membros do Copom votando a favor de uma redução de 0,5 ponto percentual. Assim, o interesse em torno do conteúdo da ata do Copom cresce.
A projeção média dos bancos, mostrada na última pesquisa semanal feita pelo Banco Central, é que a Selic estará em 11,50% no fim deste ano. Em dezembro passado, o mercado esperava que a Selic terminasse este ano em 11,75%.
Com a taxa Selic a 13% ao ano, os juros reais brasileiros -calculados descontando a inflação projetada para os próximos 12 meses- foram a 8,6% anuais. A taxa real brasileira é a maior do mundo.


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