DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com a ajuda da queda do dólar, os gastos de turistas brasileiros em viagem ao exterior, a negócios ou a lazer, bateram recorde no ano passado.
Essas despesas somaram US$ 8,211 bilhões em 2007, um crescimento de 42% em relação a 2006. Trata-se do maior valor já registrado pelas estatísticas do Banco Central, que têm início em 1947.
O resultado é atribuído pelo BC à valorização do real e ao aumento da renda ocorrido recentemente, o que tem impulsionado a procura por viagens ao exterior. O chefe do Departamento Econômico da instituição, Altamir Lopes, não fala em números, mas diz que o crescimento deve se repetir em 2008, embora num ritmo um pouco mais fraco.
Os gastos de turistas brasileiros no exterior sofreram uma forte queda em 1999, quando o governo deixou de controlar o câmbio e a cotação do dólar passou a flutuar de acordo com as condições de mercado. Só agora, oito anos depois, com o câmbio favorável e crescimento dos negócios de empresas brasileiras no exterior, é que essas despesas superaram os números observados na época em que a moeda dos EUA era negociada perto de R$ 1.
Para o presidente da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagem), Carlos Alberto Amorim, a procura por viagens internacionais deve se manter forte em 2008. "Em condições normais, não havendo nenhuma grande crise, o setor deve continuar crescendo", afirmou Amorim.
Além do efeito do câmbio, Amorim relaciona o maior interesse de turistas brasileiros em viajar ao exterior à crise aérea, que afetou, principalmente, os vôos domésticos.
"Com o dólar barato, está mais barato viajar para o exterior do que para o Brasil. Com todos esses problemas no aeroportos, as pessoas ficam ainda mais estimuladas a viajar para fora", afirma.
Para Amorim, a manutenção da cotação do dólar ao redor de R$ 1,80 é suficiente para atrair turistas brasileiros interessados em comprar viagens para fora do país.

Estrangeiros no Brasil
Além dos maiores gastos dos turistas brasileiros, os números do BC também mostram um crescimento nas despesas de turistas estrangeiros que visitam o Brasil. Ao longo de 2007, esses viajantes trouxeram US$ 4,953 bilhões ao país, também o maior valor desde 1947. Mesmo assim o saldo da conta turismo ficou negativo em pouco mais de US$ 3,2 bilhões.
Nesse caso, porém, a ajuda não vem do câmbio, já que, com o real se valorizando, as viagens ao Brasil ficam mais caras para os estrangeiros.
Para Amorim, o crescimento ocorrido no ano passado reflete um esforço maior do governo em divulgar o Brasil no exterior.


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