São Paulo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

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Bolsa retoma 40 mil pontos após registrar alta de 3,95%

Pacote para bancos nos EUA anima; dólar cai a R$ 2,275

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa aproveitou a escalada do mercado acionário pelo mundo e conquistou valorização de 3,95% ontem, o que a levou a retornar para cima dos 40 mil pontos, o que não ocorria havia cerca de 20 dias.
Altas mais fortes foram registradas principalmente na Europa, com os bancos sendo destaque de ganhos no dia. A Bolsa de Valores de Frankfurt se valorizou em 4,52%, seguida pela de Paris, com 4,11%. A de Londres subiu 2,40%.
O entusiasmo dos investidores veio de informações de que o governo de Barack Obama trabalha para a criação de uma instituição financeira que absorveria os chamados títulos "podres" -que perderam valor e representam dificuldades de ser negociados- que estão em poder de grandes bancos.
Em Wall Street, a alta do índice de ações Dow Jones ficou em 2,46%. Já a Bolsa eletrônica Nasdaq teve resultado melhor, ao subir 3,55%.
José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, diz que a Bovespa "seguiu o otimismo dos mercados globais" com as informações sobre a criação do "bad bank" (banco ruim).
"O otimismo foi renovado com a perspectiva de criação do "bad bank" nos Estados Unidos, destinado à compra de ativos podres dos bancos. Os detalhes podem ser anunciados no começo da próxima semana. Mas o que permanece no ar ainda é a dúvida em relação à precificação desses ativos podres", afirma o economista.
O novo socorro ao setor bancário ajudaria a reduzir a elevada percepção de risco que assombra as instituições financeiras, que estiveram no epicentro da crise que ainda abala a economia mundial.
Ontem o Fed (banco central dos EUA) realizou sua reunião periódica de política monetária. A taxa de referência do país foi mantida em uma banda entre zero e 0,25 ponto percentual anual, como era esperado.

Câmbio
No mercado de câmbio, o que se viu foi o dólar em expressiva depreciação diante do real. A moeda norte-americana encerrou a R$ 2,275, queda de 2,36%.
Ontem o Banco Central anunciou que o fluxo cambial está negativo para o país em US$ 2,693 bilhões no mês, até o dia 23. Esses dados, que demonstram que mais têm saído do que entrado dólares no país, ajudam a explicar o porquê de a cotação da moeda estar resistindo em patamares elevados.
Ao menos a baixa de ontem acentuou a queda do dólar neste primeiro mês de 2009, que está agora em 2,53%.
Já a Bovespa melhorou seu desempenho no ano, após encerrar o pregão de ontem a 40.227 pontos. O índice Ibovespa, que reúne as 66 ações mais negociadas, registra alta de 7,13% em janeiro.
No dia animado que marcou o pregão de ontem, o volume financeiro girado com ações brasileiras cresceu, totalizando R$ 4,82 bilhões -cifra 33% maior que a média do ano.
Na esteira da recuperação do segmento lá fora, o setor bancário brasileiro foi um dos principais destaques do pregão.
A ação UNT do Unibanco encerrou com apreciação de 8,15%; para o papel PN do Itaú, os ganhos ficaram em 7,41%; e Bradesco PN subiu 4,62%. A ação ordinária do Banco do Brasil se apreciou em 2,50%.
Outro destaque foi a Petrobras, beneficiada também com o petróleo em alta. O barril do produto subiu 1,39% em Nova York, para US$ 42,16.
Com quase 25% do total negociado no pregão, as ações da Petrobras tiveram valorização de 5,43% (preferenciais) e 7,40% (ordinárias).


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