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Bolsa retoma 40 mil pontos após registrar alta de 3,95%
Pacote para bancos nos EUA anima; dólar cai a R$ 2,275
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa aproveitou a escalada do mercado acionário pelo
mundo e conquistou valorização de 3,95% ontem, o que a levou a retornar para cima dos 40
mil pontos, o que não ocorria
havia cerca de 20 dias.
Altas mais fortes foram registradas principalmente na Europa, com os bancos sendo destaque de ganhos no dia. A Bolsa
de Valores de Frankfurt se valorizou em 4,52%, seguida pela
de Paris, com 4,11%. A de Londres subiu 2,40%.
O entusiasmo dos investidores veio de informações de que
o governo de Barack Obama
trabalha para a criação de uma
instituição financeira que absorveria os chamados títulos
"podres" -que perderam valor
e representam dificuldades de
ser negociados- que estão em
poder de grandes bancos.
Em Wall Street, a alta do índice de ações Dow Jones ficou
em 2,46%. Já a Bolsa eletrônica
Nasdaq teve resultado melhor,
ao subir 3,55%.
José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do
Banco Fator, diz que a Bovespa
"seguiu o otimismo dos mercados globais" com as informações sobre a criação do "bad
bank" (banco ruim).
"O otimismo foi renovado
com a perspectiva de criação do
"bad bank" nos Estados Unidos,
destinado à compra de ativos
podres dos bancos. Os detalhes
podem ser anunciados no começo da próxima semana. Mas
o que permanece no ar ainda é a
dúvida em relação à precificação desses ativos podres", afirma o economista.
O novo socorro ao setor bancário ajudaria a reduzir a elevada percepção de risco que assombra as instituições financeiras, que estiveram no epicentro da crise que ainda abala
a economia mundial.
Ontem o Fed (banco central
dos EUA) realizou sua reunião
periódica de política monetária. A taxa de referência do país
foi mantida em uma banda entre zero e 0,25 ponto percentual anual, como era esperado.
Câmbio
No mercado de câmbio, o que
se viu foi o dólar em expressiva
depreciação diante do real. A
moeda norte-americana encerrou a R$ 2,275, queda de 2,36%.
Ontem o Banco Central
anunciou que o fluxo cambial
está negativo para o país em
US$ 2,693 bilhões no mês, até o
dia 23. Esses dados, que demonstram que mais têm saído
do que entrado dólares no país,
ajudam a explicar o porquê de a
cotação da moeda estar resistindo em patamares elevados.
Ao menos a baixa de ontem
acentuou a queda do dólar neste primeiro mês de 2009, que
está agora em 2,53%.
Já a Bovespa melhorou seu
desempenho no ano, após encerrar o pregão de ontem a
40.227 pontos. O índice Ibovespa, que reúne as 66 ações mais
negociadas, registra alta de
7,13% em janeiro.
No dia animado que marcou
o pregão de ontem, o volume financeiro girado com ações brasileiras cresceu, totalizando R$
4,82 bilhões -cifra 33% maior
que a média do ano.
Na esteira da recuperação do
segmento lá fora, o setor bancário brasileiro foi um dos principais destaques do pregão.
A ação UNT do Unibanco encerrou com apreciação de
8,15%; para o papel PN do Itaú,
os ganhos ficaram em 7,41%; e
Bradesco PN subiu 4,62%. A
ação ordinária do Banco do
Brasil se apreciou em 2,50%.
Outro destaque foi a Petrobras, beneficiada também com
o petróleo em alta. O barril do
produto subiu 1,39% em Nova
York, para US$ 42,16.
Com quase 25% do total negociado no pregão, as ações da
Petrobras tiveram valorização
de 5,43% (preferenciais) e
7,40% (ordinárias).
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