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Estoque de álcool terá linha de R$ 2,5 bi
Recursos devem funcionar como capital de giro por usineiros e serão fornecidos pelo BNDES; objetivo é evita forte oscilação de preço
Dinheiro vai permitir que
usinas paguem fornecedores
e funcionários no início da
safra, sem precisar vender
grandes quantidade de álcool
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) deverá destinar
aproximadamente R$ 2,5 bilhões para financiar o estoque
de álcool. Os recursos deverão
estar disponíveis para os usineiros antes do início da próxima safra, que começa em abril.
As definições finais sobre a
modelagem da linha de crédito
serão decididas pelo CMN
(Conselho Monetário Nacional). No desenho que está sendo pensado, os produtores dão
como garantia o próprio álcool
estocado e só começam a pagar
depois da safra.
A taxa de juros será diferenciada (TJLP, Taxa de Juros de
Longo Prazo, mais baixa do que
a dos bancos comerciais), como
já acontece com todos os empréstimos do BNDES para o setor produtivo.
Na prática, a linha de crédito
funcionará como capital de giro
para os usineiros. O dinheiro
vai permitir que eles paguem
seus fornecedores e funcionários no início da safra, sem precisar vender grandes quantidade de álcool para honrar esses
compromissos.
Para o governo, é essa necessidade de fazer caixa muito rapidamente que deixa os preços
do álcool muito baixos no período da safra e muito altos na
entressafra.
Mantendo o álcool estocado,
os produtores terão mais condições de evitar grandes oscilações de preços. Para o consumidor, a adoção da medida tem
dois aspectos. Se por um lado
não haverá fortes subidas de
preço como as registradas nas
últimas semanas, por outro, o
preço não vai mais ficar tão baixo durante a safra.
A tendência é que o preço do
álcool oscile pouco, ficando a
maior parte do tempo em aproximadamente 70% do valor da
gasolina.
"É melhor para o consumidor que o preço oscile menos.
Além disso, dá para ter uma visão melhor do mercado e descobrir, por exemplo, se está havendo aumento de margem em
algum segmento", explicou
Marco Antônio Martins Almeida, secretário de Petróleo, Gás
Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e
Energia.
Procurada, a Unica (entidade
que reúne os produtores de cana de São Paulo) não comentou
o assunto.
Importação
O governo decidiu zerar a alíquota do imposto de importação do álcool, hoje em 20%.
Com a redução, parte do excesso de oferta do produto nos Estados Unidos poderá ser absorvida pelo mercado brasileiro.
Nas contas feitas pelo governo,
mesmo com alíquota de 20%
em vigor, o álcool importado é
competitivo.
"A redução da alíquota é uma
medida estrutural e foi pedida
pelos próprios produtores, porque somos competitivos", explicou Martins. Não cobrar imposto de importação é estratégia para negociar reciprocidade
e entrar em outros mercados.
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