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Bradesco lucra R$ 8 bi e prevê retomada do crédito
Empréstimos cresceram 6,8% em 2009, e banco espera alta de até 25% neste ano
Receita com serviços, como tarifas de contas, subiu 8% no período; resultado sinaliza que, apesar da crise, ano foi positivo para o setor
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Bradesco abriu a safra de
balanços de 2009 das grandes
instituições financeiras brasileiras. O que os seus números
mostraram foi que a crise começa a ficar para trás, com a
inadimplência em queda e o
crédito começando a reaquecer. Em 2009, o Bradesco alcançou lucro líquido de R$
8,012 bilhões, 5,1% mais que o
registrado em 2008.
A melhora pode ser verificada especialmente no quarto trimestre, quando o banco conquistou lucro de R$ 2,181 bilhões -20,8% acima do marcado no mesmo período de 2008.
A inadimplência acima de 90
dias desceu de 5,1% para 4,9%
no último trimestre do ano.
A participação do crédito no
resultado do banco tem melhorado, indo de 21% no terceiro
trimestre para 23% no quarto
trimestre. Mas ainda está abaixo do registrado em 2008,
quando representou 25% dos
ganhos da instituição.
No fim de dezembro, a carteira de crédito do Bradesco alcançou inéditos R$ 228,08 bilhões, com crescimento de
6,8% em 12 meses. Em 2008, o
crédito se expandiu 33,4%. Para 2010, o banco prevê crescimento de até 25%.
"Este será um ano de crescimento acelerado, o que faz com
que as empresas tenham necessidades maiores de investimento e de capital de giro. O motor
do crescimento em um primeiro momento foi o consumo.
Agora, em 2010, será o investimento", afirmou o presidente
do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi.
O principal fator a contribuir
para o crescimento projetado
pelo banco será o crédito destinado às pequenas e médias empresas, para as quais espera um
aumento de 28% a 32% neste
ano. O segmento de pessoa física, que vinha sendo o grande
destaque da expansão na concessão de crédito no país nos
últimos anos, deve registrar aumento entre 16% e 20%.
Ao menos, segundo o executivo, o aquecimento do crédito
não implicará em elevação do
"spread" -diferença entra a taxa que os bancos pagam ao captar e a que aplicam aos clientes.
"Os "spreads" estão limitados
pela grande concorrência que
há hoje no setor bancário."
Mais do que o crédito, foi a
área de seguros e previdência o
grande destaque entre outubro
e dezembro. A participação
desse segmento no lucro do
banco subiu de 34% no terceiro
para 38% no quarto trimestre.
Tarifas em alta
Outro ponto relevante para o
resultado do banco foi o crescimento da receita de serviços
-que incluem tarifas de contas
e cartões-, que teve aumento
de 8,1% em 12 meses. Diferentemente do que alguns analistas previam, a receita de serviços não foi achatada em decorrência das mudanças operadas
pelo BC em 2008. O Bradesco
obteve R$ 11,6 bilhões em receitas com serviços em 2009.
"O resultado do Bradesco sinaliza o que os outros grandes
bancos devem trazer. Apesar da
crise, 2009 vai acabar por se
mostrar muito bom para o setor bancário", diz Pedro Galdi,
analista-chefe da corretora
SLW. "O que chamou a atenção
foram as projeções do Bradesco
para 2010, especialmente sua
expectativa para o crescimento
do crédito às empresas."
Na BM&FBovespa, a ação PN
do Bradesco encerrou com valorização de 1,69%.
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