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ENERGIA
Consórcio, também formado por Andrade Gutierrez e Pactual Energia, leva 79,57% do capital da distribuidora do Rio
Cemig compra Light por US$ 320 milhões
JANAINA LAGE
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O consórcio formado por Cemig, Andrade Gutierrez e Pactual
Energia Participações fechou ontem a compra de 79,57% do capital da Light pelo preço de US$
319,81 milhões.
A operação precisa ser aprovada pela Aneel (Agência Nacional
de Energia Elétrica) e pelo BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
A Light, companhia energética
que atua no Estado do Rio de Janeiro, era controlada pela estatal
francesa EDF. Por isso, a operação
depende também da edição de
um decreto ministerial na França.
O novo presidente da distribuidora de energia será José Luiz Alqueres, que já foi presidente da
Eletrobrás e membro do BNDESPar (braço do BNDES para o mercado de capitais). A EDF permanecerá como acionista minoritária, com 10% das ações.
O preço de compra da companhia representa valor de US$ 3,01
por lote de mil ações de emissão
da Light. A empresa constituída
para a compra, a Rio Minas Energia Participações, tem participações iguais de Cemig, Andrade
Gutierrez e Pactual e se compromete a realizar uma oferta pública
de aquisição das ações em circulação de emissão da Light. A venda
da Light ainda deverá ser submetida à apreciação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica).
Além do consórcio da Cemig e
Andrade Gutierrez, os principais
grupos na disputa pela Light eram
GP Investimentos (gestor de fundos e controlador da Cemar, distribuidora do Maranhão) e Energia do Rio, formado por empresários cariocas e liderado pelo presidente da Firjan (Federação das
Indústrias do Estado do Rio),
Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira.
A Light atua em 31 municípios
fluminenses, inclusive a capital.
Depois de contabilizar prejuízo de
R$ 97,6 milhões em 2004, a empresa lucrou R$ 242,8 milhões no
ano passado. Os novos donos terão que lidar, no entanto, com um
cenário de inadimplência elevada
por parte de empresas públicas e
universidades. Outra questão a
tratar é a forma de lidar com a população de baixa renda e com o alto índice de perda de energia.
A distribuidora de energia foi
privatizada em 1996 pelo preço
mínimo de R$ 2,217 bilhões, dos
quais 32,7% em "moedas podres"
(títulos públicos de difícil resgate,
como Títulos da Dívida Agrária).
O leilão só não fracassou porque o
BNDES comprou 9,14% da companhia na época, deixando o controle com EDF, AES e Houston
Industries. Em 1998, os sócios privados da Light compraram a Eletropaulo, privatizada pelo preço
mínimo. Em seguida, AES e EDF
descruzaram as ações. A primeira
ficou com o controle da Eletropaulo e a segunda, com o da Light.
Depois de privatizada, a Light
mergulhou numa crise causada
pela desvalorização cambial em
1999 e pelo racionamento de energia elétrica. Um cenário que foi
agravado ainda por problemas de
gestão da companhia.
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