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Economia começa o ano mais aquecida que em 2006
Venda de carros e consumo de energia aumentam
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
A economia brasileira começa 2007 mais aquecida do que
estava em 2006. Indicadores
econômicos mostram aumento
na atividade das fábricas, no faturamento do comércio, no fluxo de veículos nas estradas, no
consumo de energia e na arrecadação de IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados) no
primeiro bimestre deste ano.
Esse crescimento é reflexo
da expansão do crédito, dos
prazos de financiamento, do
emprego e do rendimento do
trabalhador nos últimos anos,
mas não será suficiente para fazer o país crescer mais do que
4% neste ano, na avaliação de
economistas e representantes
da indústria e do comércio ouvidos pela Folha.
"Ainda é muito cedo para
mudar projeções para 2007,
mesmo com indicadores positivos e com a revisão do PIB",
afirma Fabio Silveira, economista da RC Consultores, que
estima crescimento de 3,7%
para o PIB brasileiro neste ano.
"A inadimplência está em alta, assim como as importações.
As taxas de juros estão em queda, mas ainda são as mais altas
do mundo. Somam-se a isso os
problemas estruturais do país,
como a elevada carga tributária
e a legislação trabalhista que
inibe a contratação", afirma.
Indicadores mostram que a
economia cresce neste ano,
mas de forma tímida, segundo
economistas. Em janeiro, a
produção industrial cresceu
4,5% sobre igual mês de 2006 e
o faturamento do comércio,
8,3%, segundo o IBGE.
As vendas de carros subiram
15,2% no primeiro bimestre
deste ano em relação a igual período do ano passado, segundo
informa a Fenabrave. E as vendas de papelão para embalagens aumentaram 1,7% no período, segundo levantamento
da ABPO (Associação Brasileira do Papelão Ondulado).
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) nota recuperação no nível
de atividade das fábricas a partir de fevereiro. Consulta feita a
25 indústrias líderes em seus
setores neste mês mostra que
só o estoque está acima do desejado. Vendas vão bem, assim
como as expectativas de investimentos e de contratações.
A mesma consulta feita em
janeiro deste ano pela Fiesp
mostrava que as vendas estavam mais baixas e os estoques,
mais altos, do que o desejado
pelas indústrias. E não havia
planos para elevar o emprego.
Dúvida
"A indústria opera num ritmo parecido com o do último
trimestre de 2006. Em março,
parece que os empresários estão com perspectivas de mercado mais otimistas. A dúvida é se
a melhora nos negócios é pontual ou se é uma mudança efetiva de patamar. Alguns setores
vão bem e outros não", diz Paulo Francini, do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp. A
produção de veículos caiu 2,2%
em fevereiro sobre igual período de 2006, segundo a Anfavea.
O Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo)
também constata mais otimismo nos empresários em consulta feita a 678 empresas neste
mês. Para 42% das empresas,
haverá aumento de produção e,
para 31%, manutenção neste
ano. No levantamento de março de 2006, 26% das empresas
falavam em alta de produção e
23%, em manutenção.
"O ritmo de vendas do comércio está mais sólido do que
no ano passado, mas muito sustentado pelo crédito e pelos
prazos de financiamento. Essa
situação tem um limite. Se não
houver recuperação mais significativa da atividade e da renda
do trabalhador, esse cenário
pode mudar", afirma Altamiro
Carvalho, assessor econômico
da Fecomercio SP.
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