São Paulo, quinta-feira, 29 de março de 2007

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BC aumenta previsão do PIB para 4,1%

Instituição estimava alta de 3,8% e diz que mudança se deve ao setor agrícola

Novos dados do IBGE, dando conta de maior crescimento do que o anunciado no ano passado, não devem elevar a previsão antes de junho


NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mesmo sem levar em consideração os novos números do PIB (Produto Interno Bruto) de 2006 divulgados ontem, o Banco Central elevou de 3,8% para 4,1% sua projeção da expansão da economia neste ano.
Na avaliação do BC, indicadores mais favoráveis do setor agrícola já apontavam para crescimento maior do que o esperado ao longo de 2007, independentemente dos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Ontem pela manhã, o instituto anunciou revisão de 2,9% para 3,7% a taxa de crescimento do PIB no ano passado. A projeção do BC foi anunciada uma hora antes de divulgados esses novos números como parte do chamado Relatório de Inflação.
Normalmente, parte do crescimento ocorrido em um ano acaba contaminando o resultado do ano seguinte -logo, uma expansão mais forte de 2006 poderia ajudar o país a crescer mais em 2007. Ainda assim, o BC não quis dar sinais de que a projeção de crescimento de 4,1% apresentada ontem será, em breve, revisada para cima.
Segundo o diretor de Política Econômica da instituição, Mário Mesquita, essa estimativa só será revisada em junho, no anúncio da próxima edição do Relatório de Inflação. Mas o economista comemorou os novos dados do IBGE. "Qualquer número que mostra a economia brasileira crescendo mais é sempre bem-vindo", disse.
Mesquita ainda ressaltou que a projeção para o crescimento não inclui o efeito que pode ser produzido pelas medidas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que, embora anunciado em janeiro, depende da aprovação de medidas provisórias e leis no Congresso para entrar plenamente em vigor.
Segundo o diretor do BC, o aumento na projeção da safra agrícola deste ano, que melhora as perspectivas para o crescimento do setor, foi um dos principais fatores que levaram ao aumento na projeção para a expansão do PIB em 2007.

Inflação
Pelo lado da inflação, o documento produzido pelo BC reduziu de 4,3% para 4% a estimativa para a alta do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) neste ano -ainda mais abaixo, portanto, da meta de 4,5% fixada pelo governo.
De forma geral, o BC diz que os resultados conhecidos até agora indicam que a inflação deve continuar sob controle. Os maiores riscos para a economia brasileira, segundo o texto, estão nas incertezas dos mercados internacionais. "Não se podem descartar por completo novas elevações nas taxas de juros nos EUA", diz o documento, embora ressaltando que esse é o cenário menos provável.


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