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Greve barra fluxo comercial nas fronteiras
Paralisação de auditores fiscais, que completa 12 dias hoje, deixa 7.500 caminhões parados e atrasa importações e exportações
Despacho aduaneiro em
Foz do Iguaçu está levando até cinco dias; em Paranaguá, demora com greve chega a duas semanas
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A greve dos auditores fiscais
da Receita Federal, que completa 12 dias hoje, tem provocado atrasos nos despachos aduaneiros e filas nos portos secos e
aduanas do país.
Empresas de transporte calculam que cerca de 7.500 caminhões estejam parados nos
postos de fronteira por causa
da greve e cobram ação do governo. A categoria, com ganho
médio de R$ 13 mil, pede equiparação salarial com os delegados da Polícia Federal, que ganham cerca de R$ 18 mil.
O impacto não é maior nas cidades de fronteira em razão do
locaute dos produtores argentinos, o que reduziu o número de
caminhões em Foz do Iguaçu
(PR), Uruguaiana e São Borja
(RS). No porto de Paranaguá
(PR), a mobilização interrompeu um fluxo de US$ 550 milhões em importação de mercadorias e outros US$ 130 milhões destinados à exportação,
segundo o comando de greve.
Em Foz do Iguaçu (a 640 km
de Curitiba), o pátio da Estação
Aduaneira de Interior, com capacidade para 800 caminhões,
tinha lotação ontem.
A média de atraso para um
despacho aduaneiro em Foz está em até cinco dias para a exportação e três dias para a importação. Isso significa que caminhões com cargas não-perecíveis, que possuem prioridade
para o despacho, podem ficar
parados em até cinco dias na
aduana. Em Uruguaiana (649
km de Porto Alegre), havia ontem cerca de 600 caminhões
parados no Porto Seco.
O delegado da Unafisco (Sindicato Nacional dos Auditores
Fiscais da Receita Federal)
Thiago Shmitt disse que o locaute argentino tem evitado
uma situação mais crítica. "As
transportadoras estão preferindo deixar seus veículos no
pátio a enfrentar a greve na Receita e o locaute na Argentina",
disse Shmitt. Segundo ele, havia ontem 3.000 caminhões parados nas transportadoras de
Uruguaiana.
Em Paso de Los Libres, no lado argentino, a informação é
que se formaram filas de mais
de 5 km de caminhões que tentavam chegar ao Brasil do Chile
e da Argentina, bloqueados pelos produtores rurais.
Em São Borja (594 km de
Porto Alegre), a situação não
era diferente na fronteira com
São Tomé (Argentina). Ontem,
550 caminhões esperavam para despacho de importação e
exportação. Em Uruguaiana e
São Borja, há caminhões parados, à espera de liberação, na
fronteira desde o último dia 19.
Já no porto de Paranaguá
(PR), uma operação que poderia levar em média cinco dias só
deverá ser finalizada, com o
embarque, em duas semanas.
Pelo menos 30% dos auditores
permanecem no trabalho em
Paranaguá para cumprir acordo com a Justiça.
O efetivo em expediente
também tem a tarefa de rastrear o que fica aguardando liberação ou pode ser despachado imediatamente. Segundo Rodrigo Sais, da Unafisco em
Paranaguá, produtos perecíveis, como alimentos, e cargas
com explosivos estão sendo liberadas mais rapidamente para
evitar riscos e prejuízos.
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