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Bolsa segue NY e cai; alta na semana é de 2,48%
Dólar deve seguir acima de R$ 1,70, afirmam analistas
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Com bastante oscilação, a
Bolsa de Valores de São Paulo
voltou a operar na esteira de
Wall Street ontem: recuou
0,51%, para 60.452 pontos.
A Bovespa abriu em leve alta,
chegou a subir até o patamar
máximo de 61.061 pontos, mas
recuou até o mínimo de 60.192
pontos e diminuiu um pouco o
ritmo de baixa ao final da sessão. "O mercado anda bastante
sensível aos indicadores econômicos e às notícias divulgadas.
Como nesta sexta-feira [ontem] saíram poucos dados, ele
ficou sem tendência claramente definida. Os investidores estão esperando mais dados", diz
Alex Agostini, economista-chefe da agência de classificação de
risco Austin Ratings.
Na semana, a Bolsa tem alta
acumulada de 2,48%. Mas, em
2008, a queda é de 5,38%.
As ações da Petrobras e da
Vale, que têm maior peso no
Ibovespa (principal índice do
mercado acionário brasileiro),
tiveram desempenho fraco. O
papel ordinário (ON) da mineradora ganhou 0,08%, a R$
59,80, enquanto o preferencial
(PN) avançou 0,4%, a R$ 50,20.
O ON da petrolífera caiu 0,23%,
a R$ 88,14, e o PN recuou
0,68%, a R$ 72,61.
O dólar comercial manteve a
trajetória de alta desde o começo da sessão. Encerrou o expediente vendido a R$ 1,743, com
valorização de 0,4%. A moeda
tem se mantido acima dos R$
1,70 devido à perspectiva de
que a entrada de recursos estrangeiros no mercado local
não aumente no curto prazo.
Muitos investidores de fora
tiveram que tirar dinheiro de
aplicações no Brasil nas últimas semanas para cobrir prejuízos sofridos com a crise imobiliária nos EUA ou para se proteger em opções mais seguras,
como os títulos do Tesouro
americano.
Os analistas esperam que, no
médio prazo, o Banco Central
volte a elevar a taxa Selic, o que
pode trazer de volta mais fundos. No entanto, a aversão ao
risco e a necessidade de cobrir
perdas devem impedir que as
cotações do dólar recuem.
A moeda acumula elevação
de 0,58% na semana e baixa de
1,91% no ano. Segundo especialistas em câmbio, as cotações
devem oscilar entre R$ 1,71 e
R$ 1,74 nos próximos dias.
A Bolsa de Nova York caiu
0,7%, e a Nasdaq (onde se negociam ações de empresas de tecnologia) recuou 0,86%.
Os únicos índices que saíram
causaram mau humor por confirmar que a economia americana ruma de fato para uma desaceleração. Como informado
pelo Departamento do Comércio, os gastos do consumidor
-que respondem por cerca de
dois terços do PIB americano-
cresceram apenas 0,1% no mês
passado.
A confiança do consumidor
norte-americano, medida pela
Universidade de Michigan,
também caiu para 69,5 pontos
em março, o nível mais baixo
desde fevereiro de 1992.
De acordo com Agostini, as
condições adversas da economia mundial estão fazendo os
investidores no mercado brasileiro corrigirem o otimismo
exagerado do início do ano.
"Os preços das ações sempre
estiveram defasados por conta
da instabilidade do país. Os valores subiram, chegaram ao lugar correto, mas, diante dos
problemas externos, ficaram
muito tempo em um nível que
não condizia com essa nova
realidade de grande incerteza.
Agora, está ocorrendo um ajuste, embora os fundamentos da
economia continuem bem e as
expectativas para os lucros das
companhias nacionais sigam
positivas."
Para o analista, estava equivocado o pensamento de que a
Bolsa brasileira pode se descolar de Wall Street. "Não somos
uma ilha", afirma.
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