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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Varejista aumenta rigor para liberar crédito
A expansão da inadimplência
levou a rede Magazine Luiza,
com 452 lojas, a ser mais seletiva na liberação de crédito. Até
agosto de 2008, de cada 100
clientes que pleiteavam por
uma compra a prazo, 85 obtinham o financiamento. Hoje,
50 consumidores conseguem.
A rede absorveu modelo estatístico do Itaú Unibanco, que
leva em conta 120 variáveis, como renda e histórico de inadimplência, para ser mais rigorosa na liberação de crédito.
"Antes, o vendedor é quem liberava o financiamento nas lojas. Hoje, isso é feito por um
modelo estatístico, mais seguro
para a empresa", afirma Frederico Trajano Rodrigues, diretor
de vendas e marketing da rede.
No ano passado, de cada 100
clientes que compravam a prazo, 10 não pagavam a primeira
prestação. Neste ano são 5
clientes. "Isso quer dizer que o
risco de inadimplência na primeira prestação caiu 50%."
A crise não afetou o comportamento do cliente do Magazine Luiza. "O que está ocorrendo é que o crescimento das vendas diminuiu. Até outubro do
ano passado, o faturamento das
lojas crescia cerca de 12% em
relação ao ano anterior. Hoje,
esse crescimento está entre 2%
e 3%, considerando as mesmas
lojas. Achava que o efeito da
crise seria pior e que o faturamento poderia cair, o que não
aconteceu. As empresas estão
sendo precipitadas em demitir
e podem estar aproveitando a
crise para eliminar gorduras."
Apesar de entrar no mercado
paulista no início do agravamento da crise mundial, no final de setembro de 2008, Rodrigues diz que as lojas em São
Paulo "estão indo bem. A expectativa é atingir faturamento
de R$ 750 milhões neste ano e
de R$ 1 bilhão em 2010 só em
São Paulo." Hoje são 50 lojas.
Outras três serão inauguradas
nos próximos dois meses.
A previsão da rede é faturar
neste ano R$ 3,95 bilhões, ou
cerca de 22% mais do que no
ano passado, considerando as
novas lojas em São Paulo.
Em janeiro, segundo a rede, o
faturamento da empresa cresceu 18% ante igual mês do ano
passado e, em fevereiro, 21%.
Sem considerar as lojas de São
Paulo, a expansão da rede foi de
2% e 3%, respectivamente, sobre iguais meses de 2008.
Rodrigues diz que o desafio
do varejo de eletroeletrônicos
será estimular a demanda. O
Magazine Luiza, segundo ele,
optou por manter promoções
durante todo o ano. Para o Dia
das Mães, a rede fará distribuição de prêmios.
Com a crise, a empresa optou
por fazer planejamento de três
em três meses para avaliar o
comportamento do consumidor e do mercado. "Estamos
abertos a todas as oportunidades de negócios que surgirem e
aguardando a abertura do mercado de capitais", afirma.
O que a família Trajano Rodrigues também discute neste
momento é como será feita a
sucessão do comando da empresa, nas mãos de Luiza Helena Trajano (mãe de Frederico),
para a terceira geração. "O consenso na família é que esse processo deva ser feito por meio de
um profissional."
Brasil foi país com maior expansão em vendas da Nivea
De cada 100 cosméticos vendidos em todo o mundo, 5 são
Nivea. É pouco, diz a Beiersdorf, dona da marca. Há quatro
anos a empresa tinha 4,2% de
participação de mercado mundial e estabeleceu a meta alcançar 5,5%, até 2010.
Cada país fez sua parte e o
Brasil foi o que mais cresceu em
2008. O incremento na receita
no país foi de 22%, enquanto a
América Latina cresceu 20,9%.
"Queremos crescer mais rápido que o mercado", diz Nicholas Fischer, presidente da
Nivea Brasil. Na última semana, vieram ao país Bernhard
Duttmann, diretor financeiro
da Beiersdorf, e outros cinco
presidentes de operações latino-americanas. O objetivo é fazer o planejamento para 2010 a
2015.
"Não vejo uma tendência de alta na Bolsa"
Diferentemente de outros
analistas que afirmam que
agora é a hora de comprar
ações, o estrategista da Santander Corretora, Marcelo
Audi, diz que esse é o momento de colocar um freio
na aquisição de papéis listados na Bolsa brasileira. "Não
vejo uma tendência de alta
se aproximando na Bolsa."
Para ele, as ações só voltarão a subir de forma consistente quando houver sinais
claros de que a economia se
reaquecerá e de que as empresas terão lucros maiores.
Não é o que apontam as
projeções da corretora, revisadas neste mês. A Santander espera um crescimento
zero para o PIB brasileiro em
2009 e um lucro 21% menor
para as 92 empresas abertas
que analisa.
Audi recomenda esperar a
divulgação dos primeiros resultados de 2009 antes de retomar a compra de ações.
Até lá, a perspectiva é a de
que a volatilidade do mercado continuará alta, com o
Ibovespa oscilando entre 35
mil e 45 mil pontos.
SAMOVAR
Na Rússia, as vendas do
varejo devem continuar a
cair, especialmente nos artigos de consumo mais caros,
segundo estudo do grupo
Atradius, especializado em
seguros de crédito. Vem aí,
em breve, um aumento da
inadimplência devido à queda da procura externa e interna e às dificuldades em
assegurar financiamento
bancário.
MURALHA
Para a China, o estudo da
Atradius considera de maior
risco os setores de alimentos
e produtos eletrônicos. A recuperação não deve vir no
curto prazo.
ESPAÇO
É de quase R$ 63 milhões
o investimento que o shopping Anállia Franco, localizado em São Paulo, vai fazer
na sua expansão. Osklen e
Calvin Klein são algumas
das marcas que entram. A
inauguração da expansão está prevista para julho.
CACHAÇA
Steve Luttmann, presidente mundial da Cachaça
Leblon, esteve no Brasil neste mês, quando a marca completou um ano no país. Vendida em 383 pontos-de-venda brasileiros, como os restaurantes Alucci Alucci, Brasil a Gosto, Capim Santo, Dry
e Fasano, a empresa quer
quadruplicar sua rede de
vendas no país neste ano.
CARBONO
Rodney White, do Centro
de Meio Ambiente da Universidade de Toronto, no Canadá, chega nesta semana ao
Brasil para participar do fórum da Abemc (associação
de empresas do mercado de
carbono), na PUC, em São
Paulo, no dia 1º de abril.
White vai abordar o mercado de créditos de carbono,
cujos preços caíram na crise.
com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e FÁTIMA FERNANDES
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