|
Próximo Texto | Índice
Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Banco menor quer carteira de crédito maior
Bancos pequenos e médios,
depois da secura de crédito do
final de 2008 e começo de
2009, em decorrência da crise
financeira, estão bem agora,
com expectativa de crescer a
carteira de crédito mais que os
bancões, segundo analistas.
O segmento de pessoas jurídicas será o destaque do ano.
"Vamos aguardar para ver se o
aumento do compulsório irá
pressionar o custo de captação
do sistema e se os bancos médios serão obrigados a subir a
taxa de remuneração do CDB",
afirma Luís Miguel Santacreu,
consultor da Austin Rating.
Por enquanto, não há expectativa de faltar dinheiro na praça, o que levou o Banco Central
a enxugar a liquidez que já se
mostrava alta.
O mercado externo de captação para os bancos médios tem
sido uma alternativa para levantar recursos, mas está seletivo. O BC manteve a possibilidade de emitir CDBs com a garantia do FGC, o que dá tranquilidade às instituições médias de captar junto a investidores mais exigentes.
No lado do crédito, a concorrência pode encadear uma redução dos "spreads".
As empresas têm buscado
mais crédito de curto prazo e
para investimento. "Talvez o
aumento da taxa Selic esperado
não seja plenamente repassado
às taxas de juros na ponta", diz.
A expectativa é que a inadimplência recue. As provisões para créditos em atraso seriam
menos acentuadas. Analistas
projetam lucro mais expressivo
para os médios que em 2009.
China concentra características para bolha
A expectativa de uma possível bolha na China tem
contribuído para aumentar
um sentimento de alerta no
mercado, cuja aversão ao risco tem sido crescente devido
à tensa situação da Grécia.
O gigante asiático apresenta hoje algumas das características essenciais para a formação de uma bolha, de
acordo com Edward Chancellor, membro do comitê do
fundo GMO, considerado
um especialista em bolhas.
Crescimento exagerado,
crença na ação das autoridades, aumento geral do investimento, da corrupção e da
especulação, crescimento
desenfreado do crédito, risco
moral, entre outros fatos já
conhecidos de crises históricas estão hoje na China.
Medidas como a apreciação da moeda chinesa e o aumento da taxa de juros são
necessárias para administrar
a inflação e conter o risco de
bolha no setor imobiliário,
segundo o Banco Mundial.
Apesar das recentes afirmações do presidente do BC,
Henrique Meirelles, de que o
câmbio chinês não afeta
muito as operações comerciais brasileiras, e que esta
não deve ser a maior preocupação para o Brasil no curto
prazo, há quem diga que, assim como a China, o Brasil
também pode ser uma bolha,
como outra qualquer e, como
toda bolha, deve explodir.
DEPOIS
DA CRISE
"Começamos o ano prevendo um crescimento de
35% a 40% para este ano.
Encerramos o primeiro
trimestre com alta de
14%, o que representa um
crescimento anualizado
de 50%", diz José Bezerra
de Menezes, presidente
do Bic Banco.
Sétimo maior banco privado nacional por patrimônio líquido, o banco é
focado em crédito para
empresas de médio e
grande porte.
Assim como outros bancos, o Bic teve os resultados afetados pelo aumento da inadimplência no
começo do ano passado,
que exigiu reforço de provisões e causou a desaceleração do crédito. Mesmo assim, saiu-se na crise
melhor do que outros
bancos do segmento.
O retorno anualizado
sobre o patrimônio líquido médio ficou em 19% no
primeiro trimestre do ano
passado.
SOLADO 1
As marcas esportivas da
Vulcabras/azaleia registram
crescimento. Do faturamento total de R$ 1,9 bilhão do
grupo calçadista em 2009,
79% foram representados
por Olympikus e Reebok. As
duas marcas registraram, no
quarto trimestre, alta de
140% no faturamento de
confecções esportivas ante o
mesmo período de 2008, e
de 37% no preço médio.
SOLADO 2
Na Grendene, em 2009, as
vendas atingiram 165,7 milhões de pares de calçados,
13,2% acima de 2008. Do total, 117,4 milhões foram destinados ao mercado interno
e 48,3 milhões ao externo.
As receitas de exportação da
Grendene foram quase estáveis -com R$ 355 milhões
em 2009 ante R$ 355,6 milhões no ano anterior.
CARGA PESADA
O número de empresas de
transporte de carga em Guarulhos (SP) alcançou 1.300,
que representam movimento de R$ 450 milhões por
ano, segundo o Sindicato das
Empresas de Transportes de
Carga de São Paulo e Região.
LIGEIRO 1
A BS Construtora vai ao
Senegal se reunir com o presidente Abdoulaye Wade para negociar a instalação da
empresa no país. A BS atua
na construção de "casas rápidas", projeto para entrega
de casas pré-moldadas de
concreto em 24 horas.
LIGEIRO 2
A ideia da BS Construtora
é viabilizar um programa
para a construção de 35 mil
casas no Senegal. Na última
semana, a empresa se reuniu
com o ministro da habitação
do país.
FORA DA BOLSA
A crise derrubou o financiamento a energias renováveis
por meio de IPOs (oferta inicial de ações). Só 11% dos US$
162 bilhões investidos em 2009 no setor foram financiamentos desse tipo -queda de 45% em dois anos, segundo
a fundação americana Pew Charitable Trusts. Além de
forçar muitas companhias a cancelar IPOs, as péssimas
condições de mercado reduziram a fatia de investimentos
de capital de risco: foram 43% a menos. Para este ano, a
consultoria Bloomberg New Energy Finance estima que a
necessidade de criar emprego, aumentar segurança energética e reduzir emissões de gases-estufa empurrará investimentos em fontes como eólica, solar e pequenas centrais hidrelétricas. Para a consultoria, os aportes alcançarão US$ 200 bilhões neste ano, com avanço na Bolsa.
O QUE ESTOU LENDO
CAPITU
O livro que Louis Bazire, presidente do BNP Paribas lê agora é "Dom Casmurro", de Machado de Assis
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e NATÁLIA PAIVA
Próximo Texto: Cartões viram motor de ganho dos bancos Índice
|