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ANO DO DRAGÃO
Redução nos preços é a maior desde janeiro de 2002; governo não mexe na Cide, e consumidor terá combustível mais barato
Gasolina cai 6,5% na refinaria; diesel, 8,6%
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo anunciou ontem redução de 6,5% no preço da gasolina e de 8,6% no preço do óleo diesel nas refinarias da Petrobras. É a
maior redução desde janeiro do
ano passado, quando o mercado
foi liberado e o preço da gasolina
caiu 25%.
As reduções, que valem a partir
de amanhã, são as primeiras da
gasolina e do óleo diesel na Petrobras no governo Lula. No caso do
diesel, a queda do preço na refinaria é a primeira desde janeiro do
ano passado. A medida deve ajudar a reduzir a inflação.
O presidente da Petrobras, José
Eduardo Dutra, disse que não há
como saber o impacto da redução
para o consumidor. "A parte que
cabia à Petrobras fazer ela já fez.
Esperamos agora que os ajustes
que têm que ser feitos pelos governo estaduais [redução de
ICMS] e também em relação à
margem dos revendedores reflitam [para o consumidor" o mais
rápido possível", disse. Os postos
estimam redução de 3% na gasolina e de 6% no diesel.
Geralmente, o impacto da redução para os consumidores no preço da gasolina fica entre 80% e
85% do percentual de redução
anunciado pela Petrobras. Ou seja, em média, na bomba, o preço
da gasolina poderia cair entre
5,2% e 5,5%. O impacto é menor
porque a gasolina vendida nos
postos é misturada ao álcool, que
não teve seu preço reduzido.
Depois que as distribuidoras
compram o combustível na Petrobras, no entanto, o preço está
liberado e o impacto nos postos
depende do nível de competição
na revenda em cada lugar.
A Petrobras também reduziu
em 18% o preço do óleo combustível (usado nas usinas termelétricas, por exemplo) e deverá anunciar em breve redução de aproximadamente 30% o da nafta e de
20% o da querosene de aviação.
Até duas semanas atrás, a idéia
do governo era reduzir os preços
dos combustíveis só na refinaria,
assim que fosse possível, e aumentar o valor da Cide (tributo
sobre o consumo de combustíveis). Dessa forma, o governo elevaria a arrecadação, mas não haveria benefício para o consumidor, pois o preço ficaria estável.
A idéia era formar uma espécie
de "colchão" com o aumento de
arrecadação e evitar no futuro o
repasse para o preço nas bombas
de altas do dólar ou do petróleo.
Ontem, Dilma disse que a execução dessa idéia foi adiada. Segundo ela, o governo e, "em especial", o presidente avaliaram que
seria "muito justo que essa primeira adequação [de preços" se
dê beneficiando mais o mercado
consumidor". Segundo ela, a formação do colchão se dará "em um
segundo momento".
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