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Químicos do Vale aprovam estado de greve
MARIA TERESA MORAES
DA FOLHA VALE
Os trabalhadores das indústrias
químicas do Vale do Paraíba
-cerca de 9.000, segundo o sindicato da categoria- aprovaram
ontem, em assembléia unificada,
a decretação do estado de greve
como forma de pressionar as empresas a conceder reajuste salarial
de emergência.
A medida, que foi tomada devido ao impasse nas negociações,
afeta empresas das cidades de São
José dos Campos, Jacareí, Caçapava e Taubaté.
As principais reivindicações da
pauta da campanha salarial de
emergência são um reajuste salarial de 12%, equivalente às perdas
provocadas pela inflação entre
novembro de 2002 e março deste
ano, e a manutenção da jornada
semanal de trabalho -que varia
de 36 a 40 horas semanais, dependendo da empresa- sem a redução do quadro de funcionários.
Entre as principais empresas do
setor nas quais há impasse na negociação estão a Johnson & Johnson (3.600 operários), Kodak
(1.200) e Monsanto (450).
Prazo
Ontem, embora tivesse esgotado o prazo de 48 horas dado na semana passada pelos trabalhadores para que a Johnson apresentasse uma proposta, não houve
greve na fábrica, como chegou a
ameaçar o sindicato da categoria
na sexta-feira passada.
Até agora, a empresa não apresentou nenhuma contraproposta
ao sindicato e também não agendou nenhuma reunião para discutir o assunto.
Com a aprovação conjunta do
estado de greve nas empresas do
setor químico, o sindicato, que é
filiado à CUT (Central Única dos
Trabalhadores) e dirigido por sindicalistas ligados ao PT, informou
que pode deflagrar uma série de
greves nas indústrias do setor.
As paralisações, no entanto, só
devem ocorrer a partir da próxima quinta-feira, quando vence o
prazo de 48 horas previsto pela legislação trabalhista para que o
sindicato informe às empresas a
intenção de realizar a greve.
Melhor data
"Estamos estudando com os trabalhadores qual será a melhor data para iniciarmos a greve. Já temos algo agendado, mas não podemos divulgar para não comprometer o sucesso da atividade" disse o diretor da entidade, Wellington Luiz Cabral.
A Kodak, única empresa do setor a se manifestar sobre o assunto ao ser procurada pela Folha, informou que, mesmo considerando importante o reajuste salarial, não há como conceder o aumento reivindicado por causa do
atual momento econômico enfrentado pelo país.
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