|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELES
Executivo da nova dona da Embratel diz que irá atuar de maneira "agressiva" no Brasil, mas não quis "fazer promessas"
Telmex não promete redução de tarifas
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
No primeiro pronunciamento
oficial após ter assegurado o direito de compra da Embratel, a Telmex anunciou que pretende atuar
de forma "agressiva" nos mercados de telefonia de longa e curta
distância. Mas a empresa evitou
assumir compromisso de que isso
resultará em queda de tarifas.
"Não pretendemos fazer promessa, mas asseguro que competiremos de forma agressiva em
tecnologia e preço para aumentarmos nossa participação no
mercado", disse Arturo Elías
Ayub, diretor de Relações Institucionais da Telmex, em teleconferência para comentar a operação.
Segundo Ayub, uma das estratégias da Telmex será ampliar os
investimentos em telefonia local e
rede de acesso à internet. A Embratel ingressou em meados do
ano passado na disputa pela telefonia local e já ocupa 10% desse
segmento. Além disso, a antiga estatal controla 70% do mercado de
chamadas de longa distância e outros 50% do segmento de transmissão de dados corporativos.
Em um segmento específico, o
de chamadas de longa distância, o
executivo insinuou, embora sem
estabelecer prazos, que as tarifas
de longa distância podem cair.
"Posso assegurar que no serviço
de longa distância os preços não
subirão. Pelo contrário", disse.
Por ora, estariam descartadas
mudanças na forma de cálculo
das tarifas. Explica-se: no México,
a tarifa é cobrada por chamada
(independente do tempo de duração). No Brasil, o preço é determinado por minuto. "Vamos entrar
no Brasil com muita humildade,
sem fazer grandes mudanças."
A direção da Telmex confirmou
que pagará US$ 400 milhões pelo
controle acionário da Embratel.
Anteontem, a Corte de Justiça de
Nova York autorizou a MCI a
vender o controle da Embratel aos
mexicanos, embora houvesse
uma proposta de US$ 550 milhões
do consórcio Calais (que reunia as
companhias de telefonia fixa Telefônica, Telemar e Brasil Telecom, mais a empresa Geodex). O
juiz aceitou o argumento apresentado pela MCI de que a venda
para a Telmex envolvia menos
riscos regulatórios.
O executivo mexicano refutou a
hipótese de que a venda da Embratel para Telmex signifique prejuízo para os acionistas minoritários detentores de ordinárias. Estes têm direito ao "tag along", mecanismo que permite vender seus
papéis ao novo controlador por
no mínimo 80% do valor pago aos
antigos controladores. Em tese,
quanto maior a oferta de compra
do controle, maior o preço que
poderiam receber os minoritários. "Para os minoritários a entrada da Telmex será benéfica.
Vamos sanear as contas e fazer investimentos. A longo prazo isso é
mais importante que receber um
preço um pouquinho maior."
A ação preferencial da Embratel
foi a única a subir (0,55%) no pregão de ontem, entre as 54 mais
importantes da Bolsa de Valores
de São Paulo. Os papéis ON (ordinários), porém, caíram 4,09%.
A Telmex fará uma avaliação
das alternativas para a questão do
endividamento da Embratel. Só
então será definido um plano de
investimentos. Não estão descartadas a capitalização da Embratel
(trazer dinheiro da Telmex para a
companhia) ou a renegociação
das dívidas. Segundo o executivo,
as dívidas da Embratel chegam a
US$ 1,2 bilhão.
Ayub disse negociará a manutenção de uma "golden share" para o governo (ação especial que dá
direito a veto em determinados
assuntos) na Star One, empresa
de satélites da Embratel.
Texto Anterior: Pesquisa: Tarifa bancária tem diferença de até 370% Próximo Texto: Frase Índice
|