São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Analistas reagem com cautela à nova tele

A reação do mercado ontem ao anúncio da aquisição de Brasil Telecom pela Oi não foi das mais favoráveis, tanto que as ações registraram queda. Os primeiros relatórios dos analistas de banco demonstraram um certo ceticismo em relação à operação.
O relatório mais pessimista foi do banco Merrill Lynch, que rebaixou para neutra as ações tanto da Telemar, controladora da Oi, como da Brasil Telecom, por ver potencial de ganhos limitados nas ações ordinárias e riscos nas preferenciais. O banco americano argumenta que a expectativa de distribuição de dividendos será menor do que se previa.
Já o Bradesco foi mais cauteloso em seu relatório. Afirma que a compra vai ser vantajosa para a Telemar, mas, mesmo assim, diz que, como a conclusão da operação deve levar muitos meses para se concretizar, os ganhos com a fusão das empresas só devem começar a aparecer em 2009. O banco recomenda aos investidores compra para as ações ordinárias da Telemar e neutralidade para as preferenciais.
Diante dessa reação, o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, fez ontem de manhã duas conferências com analistas de mercado, uma delas em inglês, para tentar explicar melhor a operação. Segundo ele, o mercado ainda não assimilou totalmente à operação e, por isso, a reação acabou sendo contraditória.
A Standard & Poor's, por exemplo, manteve o rating para a Telemar e a Brasil Telecom. A agência de classificação de risco diz que, se as autoridades regulatórias aprovarem a transação, a nova companhia irá se beneficiar de significativas sinergias, o que levará a melhora nos fundamentos do fluxo de caixa.
Para Luiz Falco, os fatos relevantes foram bastante esclarecedores e a tendência é que, pouco a pouco, todos os pontos serem solucionados.
"Há um consenso geral de que a operação foi muito boa para todo mundo e as pequenas dúvidas dos investidores são sempre no sentido construtivo", diz ele.

Frase
"Há um consenso geral de que a operação foi muito boa para todo mundo e as pequenas dúvidas dos investidores são sempre no sentido construtivo"


LUIZ EDUARDO FALCO
presidente da Oi


Executivos aceitam abrir mão de salário para projetos ecológicos

Executivos de muitos países estão dispostos a abrir mão de parte de seus salários para incentivar iniciativas ecológicas promovidas pelas empresas. A conclusão é de pesquisa da Korn/ Ferry International com mais de 2.000 executivos de cerca de 50 países.
Cerca de 73% dos entrevistados doariam alguma parcela do que recebem para ser investido em projetos de sustentabilidade desenvolvidos pelas empresas onde trabalham. Para 40% dos executivos, seria aceitável abdicar de 1% a 2% de seus salários. Mas apenas 3% deles gostaria de oferecer mais de 10% do montante recebido. Para 27%, entregar qualquer parte da remuneração é inaceitável.
Para Rodrigo Araújo, sócio da Korn/Ferry, a pesquisa descreve o cenário atual em que a sustentabilidade está em alta. Ele também atribui o resultado a possíveis interesses dos executivos em trabalhar em uma empresa reconhecida pelo investimento em iniciativas "verdes". "Isso vai de alguma maneira impactar até na valorização das ações. E vai retribuir ao executivo no valor de mercado da empresa em que ele trabalha."

VIZINHANÇA

A Marsh Brasil, do grupo Marsh & McLennan Companies, vai começar a exportar modelos de operações de seguros massificados para mercados vizinhos. Sherry Gonzalez, diretora regional de afinidade da empresa para a América Latina, recebeu no Brasil os presidentes da Marsh México, Ricardo Brockmann e Gonzalo Sanín, da Colômbia. Brockmann e Sanín vieram ao Brasil conhecer os modelos de desenvolvimento e distribuição de massificados da Marsh Brasil para adaptá-los em seus países. Das 6,2 milhões de apólices de seguros massificados emitidas pela Marsh na América Latina em 2007, 5 milhões foram produzidas no Brasil. "O país é plataforma de exportação", diz Sherry Gonzalez, que comanda as operações de massificados da Marsh em Porto Rico, México, Venezuela, Colômbia, Peru, Chile e Argentina.

ENGRENAGEM
Além do Brasil, a Ford escolheu a Índia para compor a lista -completada por Reino Unido- dos três países que produzirão os novos motores de última geração. Em Taubaté (SP) a Ford investirá R$ 600 milhões.

TIJOLO
O emprego da construção pesada subiu 0,40% em março, com admissão de 172 trabalhadores, ante fevereiro, diz o Sinicesp. Em 12 meses, a alta foi de 27,75%, com abertura de 9.354 postos. Em março de 2007, o setor empregava 33.706 trabalhadores e, em março deste ano, 43.060 empregados.

DIGITAL
A operadora Jet entrou em Cuiabá e investiu R$ 16 milhões na digitalização da cidade -TV por assinatura, banda larga e telefonia IP.

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LABORATÓRIO FARMASA CONTRATA AGÊNCIA DM9
Depois de a EMS entregar sua conta publicitária à W/ Brasil e a Mantecorp escolher a Africa, a Farmasa contrata a DM9DDB. Com 50% do capital nas mãos do GP Investments, a Farmasa tem 80 marcas isentas de prescrição, como Lisador e Rinosoro. "Com a alta da classe C, a tendência é uma guerra na comunicação de medicamentos", diz Sérgio Valente, presidente da DM9. O mercado de produtos isentos girou R$ 6 bilhões em 2007.

DE NOVO
A AmBev teve R$ 67 milhões em receita extra, em 2007, com reaproveitamento de subprodutos. A ação é parte do programa de ecoeficiência. Foram reaproveitados 98,2% dos resíduos.


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