São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 2008

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Conta externa negativa faz dólar subir 1,32%

DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar inverteu sua rota ontem com uma apreciação considerável diante do real. O fim das operações no mercado de câmbio mostrava a moeda americana vendida a R$ 1,689, em alta de 1,32%.
A maior deterioração das contas externas, apontada pelos números ruins divulgados pelo Banco Central, favoreceu a desvalorização do real. Além disso, a aguardada decisão do Fed (banco central dos EUA) sobre os juros amanhã traz cautela extra aos investidores, especialmente porque aqui será feriado na quinta.
Apesar de a cotação da moeda americana acumular baixa de 4,95% em 2008, as instituições financeiras projetam que o dólar deva estar em torno de R$ 1,75 no fim do ano, segundo a pesquisa semanal do BC feita com o mercado. Ou seja, há incertezas em relação ao aprofundamento da depreciação do dólar no médio prazo.
"A deterioração nas transações correntes tem levado o mercado a projetar desvalorização do real em relação ao dólar para o segundo semestre", diz Miriam Tavares, diretora de câmbio da corretora AGK. "E o feriado do Dia do Trabalho deve fazer com que as operações locais se concentrem nesses três primeiros dias da semana, podendo adicionar uma dose de cautela aos negócios."
No mercado de juros, o dia foi de alta nas taxas projetadas. No contrato que vence na virada do ano, um dos mais negociados da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), a taxa subiu de 12,71% para 12,78%.

Quase recorde
Já na Bolsa de Valores de São Paulo, o que se viu foi a tentativa de quebra de mais um recorde. O índice Ibovespa -que reúne as ações brasileiras mais negociadas- superou os inéditos 66 mil pontos durante o pregão, mas não se sustentou no patamar e terminou aos 65.677 pontos (+0,75%).
O recorde da Bovespa são os 65.790 pontos registrados em 6 de dezembro. A pontuação oscila com a valorização (ou desvalorização) das ações na Bolsa.
A Bovespa mostra alta bastante elevada no mês, de 7,72%. A forte entrada de capital externo no mercado acionário doméstico neste mês -que supera os R$ 6 bilhões líquidos- tem sustentado os ganhos da Bolsa em abril.
A queda do papel PN da Telemar, que perdeu 9,68% e foi o terceiro mais negociado do pregão, dificultou a conquista de mais um recorde de pontos pela Bolsa de Valores.
Na ponta de alta, se destacaram ações como as de construtoras. O papel ordinário da Cyrela Realt apreciou-se 6,18%, e o da Gafisa subiu 5,87%.
No setor bancário, Unibanco UNT foi a ação que teve melhor retorno, ao subir 3,81%. Já a ação preferencial do Bradesco, apesar do lucro elevado divulgado, recuou 1,02%.
Nos EUA, o índice Dow Jones recuou 0,16%, e a Nasdaq subiu 0,06%. (FABRICIO VIEIRA)


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