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Conta externa negativa faz dólar subir 1,32%
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar inverteu sua rota ontem com uma apreciação considerável diante do real. O fim
das operações no mercado de
câmbio mostrava a moeda
americana vendida a R$ 1,689,
em alta de 1,32%.
A maior deterioração das
contas externas, apontada pelos números ruins divulgados
pelo Banco Central, favoreceu a
desvalorização do real. Além
disso, a aguardada decisão do
Fed (banco central dos EUA)
sobre os juros amanhã traz cautela extra aos investidores, especialmente porque aqui será
feriado na quinta.
Apesar de a cotação da moeda americana acumular baixa
de 4,95% em 2008, as instituições financeiras projetam que
o dólar deva estar em torno de
R$ 1,75 no fim do ano, segundo
a pesquisa semanal do BC feita
com o mercado. Ou seja, há incertezas em relação ao aprofundamento da depreciação do
dólar no médio prazo.
"A deterioração nas transações correntes tem levado o
mercado a projetar desvalorização do real em relação ao dólar para o segundo semestre",
diz Miriam Tavares, diretora de
câmbio da corretora AGK. "E o
feriado do Dia do Trabalho deve fazer com que as operações
locais se concentrem nesses
três primeiros dias da semana,
podendo adicionar uma dose
de cautela aos negócios."
No mercado de juros, o dia foi
de alta nas taxas projetadas. No
contrato que vence na virada
do ano, um dos mais negociados da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), a taxa subiu
de 12,71% para 12,78%.
Quase recorde
Já na Bolsa de Valores de São
Paulo, o que se viu foi a tentativa de quebra de mais um recorde. O índice Ibovespa -que
reúne as ações brasileiras mais
negociadas- superou os inéditos 66 mil pontos durante o
pregão, mas não se sustentou
no patamar e terminou aos
65.677 pontos (+0,75%).
O recorde da Bovespa são os
65.790 pontos registrados em 6
de dezembro. A pontuação oscila com a valorização (ou desvalorização) das ações na Bolsa.
A Bovespa mostra alta bastante elevada no mês, de 7,72%.
A forte entrada de capital externo no mercado acionário doméstico neste mês -que supera os R$ 6 bilhões líquidos- tem sustentado os ganhos da
Bolsa em abril.
A queda do papel PN da Telemar, que perdeu 9,68% e foi o
terceiro mais negociado do pregão, dificultou a conquista de
mais um recorde de pontos pela Bolsa de Valores.
Na ponta de alta, se destacaram ações como as de construtoras. O papel ordinário da
Cyrela Realt apreciou-se 6,18%,
e o da Gafisa subiu 5,87%.
No setor bancário, Unibanco
UNT foi a ação que teve melhor
retorno, ao subir 3,81%. Já a
ação preferencial do Bradesco,
apesar do lucro elevado divulgado, recuou 1,02%.
Nos EUA, o índice Dow Jones recuou 0,16%, e a Nasdaq
subiu 0,06%.
(FABRICIO VIEIRA)
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