|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bradesco lucra R$ 2,1 bi no 1º trimestre
Continuidade na expansão do crédito e retorno maior com seguros favorecem aumento de 23,3% no resultado em 12 meses
Ganho é o maior, para um primeiro trimestre, de um banco nacional privado em 20 anos; em relação ao final de 2007, houve queda de 4%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto os bancos decepcionam os investidores nos Estados Unidos e na Europa, por
aqui o setor segue mantendo a
exuberância demonstrada nos
últimos anos. Ontem o Bradesco abriu a safra de balanços de
2008 com o anúncio de lucro líquido de R$ 2,102 bilhões no
primeiro trimestre do ano.
O resultado representou alta
de 23,3% em relação aos números dos primeiros três meses de
2007. Segundo levantamento
da consultoria Economática,
foi o melhor resultado para um
primeiro trimestre alcançado
por um banco nacional privado
nos últimos 20 anos. Em relação ao último trimestre de
2007, houve recuo de 4% no lucro. Mas o resultado do período
foi inflado por efeitos extraordinários, como a venda das participações que detinha na Bovespa e na BM&F.
O crescimento do lucro do
Bradesco teve na contínua expansão do crédito um de seus
motores. O segmento de seguros também demonstrou sua
potencialidade e aumentou sua
participação no resultado, que
chegou a 39% do total -contra
31% um ano antes.
Ao menos por enquanto, as
medidas oficias para esfriar a
economia, como a retomada do
processo de elevação da taxa
básica de juros, não afetaram a
concessão de crédito. A carteira
da instituição financeira cresceu 38,5% em 12 meses e encostou em inéditos R$ 170 bilhões.
"O crédito tinha uma demanda reprimida muito forte. Somado esse fator ao aumento de
renda e emprego do brasileiro,
o crédito cresceu muito", afirma Márcio Cypriano, presidente do Bradesco. "E o crédito vai
continuar crescendo", avalia.
A maior fatia da carteira de
crédito do banco está nas mãos
do segmento de pessoas físicas
(com R$ 62,226 bilhões). Em
seguida aparecem as grandes
empresas (R$ 61,464 bilhões) e,
depois, as pequenas e médias
empresas (R$ 45,718 bilhões).
O banco projeta que sua carteira de crédito se expanda entre
21% e 25% neste ano.
Para Erivelto Rodrigues, presidente da Austin Rating, uma
alta de até mais 1,5 ponto percentual na taxa básica Selic não
deve afetar a expansão do crédito. A Selic foi elevada neste
mês de 11,25% para 11,75%
anuais. Os analistas de mercado projetam que a taxa básica
alcançará os 13% no fim do ano.
"Os grandes bancos devem
apresentar resultados em linha
com o divulgado pelo Bradesco
hoje [ontem]. Para o ano todo, o
setor bancário deve mostrar
crescimento do lucro em torno
de 20%", projeta Rodrigues.
O balanço do Bradesco mostrou que, mesmo com o ritmo
ainda elevado na concessão de
crédito, o índice de inadimplência para pessoa física tem
se mantido estável há 12 meses,
em 6,4% (para vencimentos
acima de 90 dias). Em 2006, o
aumento da inadimplência fez
o setor bancário segurar o ritmo de liberação de crédito.
O segmento que perdeu espaço no resultado do banco foi
o de receitas com serviços (que
inclui cobrança de tarifas, taxas
de fundos e outros), que recuou
de um participação de 29% do
total no 1º trimestre de 2007
para 25% no mesmo período de
2008. Nos serviços de conta
corrente, a receita obtida subiu
apenas 0,7% em 12 meses.
Texto Anterior: Emenda 3: Fazenda fará proposta para regulamentar trabalho de PJ Próximo Texto: Vale firma contrato de US$ 3,6 bi com ArcelorMittal Índice
|