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Novo presidente nega compromisso formal de cortar juro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O novo presidente do Banco
do Brasil, Ademir Bendine, disse ontem que não assumiu nenhum compromisso formal
com o governo para reduzir os
juros praticados pela instituição e ressaltou que essa queda
depende, principalmente, do
comportamento da inadimplência nos próximos meses.
Ao anunciar a troca de comando do BB, no começo do
mês, o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, disse que o
banco iria se submeter a um
"contrato de gestão" com metas a serem alcançadas em termos de queda nas taxas e aumento na concessão de crédito.
Ontem, em entrevista coletiva concedida na sede do BB,
Bendine disse que há só um
"compromisso pessoal" dele
com a Fazenda. "Não existe um
contrato formal de gestão, isso
foi uma força de expressão usada pelo ministro [Mantega]. Eu
tenho, sim, um compromisso
pessoal com o ministro em relação a algumas diretrizes do
nosso acionista majoritário [o
governo federal]."
Bendine afirmou que o BB
não abrirá mão de sua margem
de lucro para poder reduzir os
juros cobrados nos seus empréstimos, pois essa queda dependerá do comportamento da
inadimplência.
Bendine, mais ligado ao PT
que seu antecessor, também
negou que as mudanças em seis
das nove vice-presidências do
banco represente uma ruptura
com as políticas adotadas na
gestão anterior ou que seja resultado de pressão política -o
governo pressiona o BB a acelerar a concessão de crédito e a
reduzir seus juros. "É natural
que todo gestor busque ter uma
equipe condizente com seu estilo de trabalho."
O executivo aproveitou para
anunciar duas iniciativas de
apoio a programas oficiais do
governo. Uma delas, que deve
ser anunciada amanhã, é a criação de uma linha de crédito para financiar a compra de eletrodomésticos da linha branca que
tenham sido beneficiados com
a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Além disso, na semana que
vem o BB deve anunciar a liberação de um empréstimo de R$
20 milhões para que a Cyrella
construa 500 unidades habitacionais em Sorocaba.
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