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Grécia não deve afetar Brasil, dizem analistas
Economia pode absorver
choques, segundo especialista
DA REPORTAGEM LOCAL
O impacto da crise grega sobre o Brasil tende a ser limitado, na opinião dos especialistas.
Primeiro porque a relação
comercial entre as duas nações
é bem pequena: em 2010, até o
primeiro trimestre, importações e exportações recíprocas
somaram apenas US$ 48,819
milhões, o que representa menos de 0,6% do total negociado
pelo Brasil com o mundo.
Depois, pelo fato de o país ter
conquistado a confiança dos
grandes investidores internacionais após passar sem muitos
arranhões pelas turbulências
de 2008 e 2009. "Aquele grande teste mostrou que a economia brasileira está diferente.
Não quer dizer que não será
afetada, porém que possui condições de absorver melhor os
choques externos e de se recuperar rapidamente depois",
afirma Flávio Serrano, economista sênior do BES Investimento no Brasil.
Consequências maiores haveria se a Grécia contaminasse
o restante da União Europeia
ou algumas nações, como Portugal, Espanha e Irlanda. Nesse
caso, os principais efeitos seriam notados sobre a taxa de
câmbio e a Bolsa de Valores.
Uma parte dos investidores poderia abandonar as suas aplicações em ativos brasileiros para
buscar refúgio em outros considerados mais seguros, como os
títulos do Tesouro americano.
Mesmo assim, dificilmente haveria pânico, até porque o Brasil possui US$ 250 bilhões em
reservas, as quais garantem que
o dinheiro colocado no país pode ser recuperado sem dificuldades quando desejado. "Esse
não seria um movimento estrutural, mas de circunstância.
Posteriormente, esses investidores retornariam, a situação
voltaria ao normal", afirma
Serrano. Em 2009, o dólar comercial chegou a subir a até R$
2,40 e a BM&FBovespa também sofreu várias quedas, para
depois se recuperar até alcançar novos recordes.
Segundo Serrano, o crescimento do deficit em conta-corrente do Brasil não assusta,
pois está sob controle.
(DENYSE GODOY)
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