São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2010

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Bolsa de SP escapa de baixa e registra leve alta de 0,2%

Europa volta a sofrer perdas; dólar recua para R$ 1,753

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de estar ainda com a Europa em foco, a BM&FBovespa conseguiu, ao menos, escapar de amargar mais um dia de perdas. O índice acionário Ibovespa terminou o pregão de ontem com pequena alta de 0,22%, aos 66.655 pontos.
O mercado de câmbio também teve um dia menos tenso e o real recuperou espaço. O dólar terminou as operações cotado a R$ 1,753, com depreciação de 0,68%. No acumulado do ano, a moeda norte-americana ainda registra alta de 0,57%.
O mercado doméstico respirou em sintonia com Wall Street. A decisão do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) de manter a taxa básica do país em seu piso, em uma faixa entre zero e 0,25%, foi bem recebida. Com os juros nesse patamar, os títulos do Tesouro dos EUA se mantêm com baixa atratividade. O índice Dow Jones subiu 0,48%. A Bolsa eletrônica Nasdaq ganhou 0,01%.
Na Europa, as ações voltaram a registrar perdas. O rebaixamento da nota de risco da Espanha pela agência Standard & Poor's realimentou os temores de que outros países europeus entrem em crise aguda, como tem ocorrido com a Grécia. A Bolsa da Espanha perdeu 3%. Frankfurt recuou 1,22% e Londres registrou queda de 0,30%.
Se o resultado da Bovespa não foi muito expressivo, algumas de suas ações mais negociadas registraram ganhos elevados. Na lista dos papéis do Ibovespa com altas mais fortes apareceram MMX Mineração ON (4,37%), Lojas Renner (4,05%) e Gol PN (3,81%).
O setor de siderurgia e mineração -à exceção da MMX- teve mais um dia de perdas. O aumento das preocupações com o futuro da economia grega e de outros países europeus tem prejudicado o desempenho das commodities metálicas no mercado externo.
As ações da Vale, que têm liderado as operações na Bolsa, recuaram. Para Vale PNA, o dia foi de baixa de 0,60%; Vale ON caiu 0,67%. Juntos, os papéis da Vale responderam por 21% da movimentação do pregão.
O papel ON da Siderúrgica Nacional perdeu 1,22%. Gerdau PN recuou 0,55%.
Já as ações da Petrobras não ignoraram a elevação do barril de petróleo no exterior. O papel PN da Petrobras subiu 0,90%. Em Nova York, o petróleo terminou cotado a US$ 82,44 o barril, após alta de 0,95%.

Saída
O resultado de ontem manteve o Ibovespa distante de seu pico histórico -os 73.516 pontos registrados em maio de 2008. Neste ano, a máxima alcançada pelo índice foram os 71.784 pontos do último dia 8.
O fato de a Bolsa brasileira ter uma elevada participação de investimento estrangeiro acaba por ser algo negativo em um cenário como o vivenciado nesse momento. A categoria tem sido responsável por pesadas vendas de ações brasileiras nos últimos dias, o que explica parte da já expressiva queda de 5,28% registrada pela BM&FBovespa neste mês.
O movimento recente do capital externo representa uma virada no que ocorria no mercado no começo do mês. Até o dia 8, R$ 1,31 bilhão líquido em recursos externos havia sido destinado a ações brasileiras. Mas, no último dia 26, esse saldo já estava negativo em R$ 130,6 milhões.
O impacto negativo das movimentações dos estrangeiros apenas não tem sido maior porque a participação da categoria recuou neste ano. O capital externo responde por 27,4% do total movimentado na Bolsa em 2010. No ano passado, a categoria realizou 34,2% dos negócios que aconteceram na Bolsa de Valores.
(FABRICIO VIEIRA)


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