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Crédito impulsiona resultado do Bradesco
Participação de empréstimos no lucro, que foi de R$ 2,1 bi no trimestre, alcança 29% do total; há 12 meses, era de 18%
Redução de custos com perdas esperadas com
inadimplência e aumento nos ganhos com tarifas também
influenciam no balanço
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O crédito mostrou fôlego no
início de 2010 e retomou espaço no resultado do Bradesco.
Balanço do banco apresentado
ontem registrou que o crédito
cresceu 3,1% no primeiro trimestre em relação aos três meses anteriores. A carteira total
alcançou inéditos R$ 235,24 bilhões. Em 12 meses, o crescimento ficou em 10,4%.
A expansão da carteira de
crédito vinha sendo, até a eclosão da crise de setembro de
2008, o principal motor do lucro dos bancos nacionais. Dos
R$ 2,1 bilhões de lucro líquido
que o Bradesco teve entre janeiro e março deste ano, 29%
foram decorrentes dos empréstimos realizados. Um ano antes, o percentual ficou em 18%.
O lucro obtido pelo banco no
trimestre representou aumento de 22% em relação ao mesmo período de 2009.
"O resultado deveu-se à combinação de melhora do crédito
e redução de custos por perdas
esperadas com inadimplência",
disse Domingos Abreu, vice-presidente-executivo do Bradesco. "Conseguimos crescer e
diversificar o crédito com a entrada de novos clientes."
O banco espera aceleração do
crédito nos próximos meses.
Para este ano, a expectativa é a
de que o crédito registre expansão entre 21% e 25%. Em 2009,
o crescimento da carteira do
banco foi de 6,8%. Em 2008, o
crédito se expandiu em 33,4%.
"O resultado do trimestre
mostrou a continuidade da recuperação do crescimento da
carteira de crédito, assim como
a queda da inadimplência, principalmente no segmento de
pessoa física", afirmou Mariana Taddeo, analista de bancos
da Link Investimentos.
A queda da inadimplência na
instituição foi expressiva, mas
ainda está um pouco acima dos
patamares pré-crise. No segmento de pessoa física, os empréstimos com atraso superior
a 90 dias recuaram de 7,4% em
dezembro para 6,7% no fim de
março, sendo o mais baixo percentual desde dezembro de
2008, quando ficou em 6,1%.
Para a carteira total, o recuo foi
de 4,9% em dezembro passado
para 4,4% em março.
Outro fator relevante para o
resultado do banco foi o crescimento das receitas obtidas com
serviços bancários -como tarifas, cartões e administração de
fundos. Apesar das mudanças
feitas pelo BC na cobrança de
tarifas bancárias em 2008, o
segmento continua rendendo
cifras significativas para as instituições financeiras.
Em 12 meses, a receita com
serviços cresceu 14,7%, totalizando no primeiro trimestre
R$ 3,12 bilhões. Nesse segmento, destaque para as rendas com
cartões, que subiram 16,5%,
com administração de fundos,
que saltaram 16,3%, e as contas
correntes (11,3%).
Na terça-feira, o banco anunciou uma parceria com o Banco
do Brasil para explorar uma nova bandeira de cartões, com foco mais direcionado para as
classes de menor poder aquisitivo. Isso tende, segundo analistas, a elevar ainda mais a participação das receitas com cartões nos resultados futuros.
No setor de seguros, responsável por 33% do resultado do
banco, o crescimento no trimestre foi de 16,8%, totalizando lucro de R$ 703 milhões.
Os ativos totais do Bradesco
tiveram aumento de 1,7% no
primeiro trimestre e alcançaram R$ 532,6 bilhões.
Alta
No pregão da BM&FBovespa, as ações preferenciais do
Bradesco foram alvo de compra
dos investidores e terminaram
com valorização de 1,78%. Após
mais de 8.000 operações, o papel foi o quinto mais negociado
ontem na Bolsa de Valores.
Hoje é a vez de o Santander
anunciar seus números do primeiro trimestre do ano.
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