São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2010

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Crédito impulsiona resultado do Bradesco

Participação de empréstimos no lucro, que foi de R$ 2,1 bi no trimestre, alcança 29% do total; há 12 meses, era de 18%

Redução de custos com perdas esperadas com inadimplência e aumento nos ganhos com tarifas também influenciam no balanço

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O crédito mostrou fôlego no início de 2010 e retomou espaço no resultado do Bradesco. Balanço do banco apresentado ontem registrou que o crédito cresceu 3,1% no primeiro trimestre em relação aos três meses anteriores. A carteira total alcançou inéditos R$ 235,24 bilhões. Em 12 meses, o crescimento ficou em 10,4%.
A expansão da carteira de crédito vinha sendo, até a eclosão da crise de setembro de 2008, o principal motor do lucro dos bancos nacionais. Dos R$ 2,1 bilhões de lucro líquido que o Bradesco teve entre janeiro e março deste ano, 29% foram decorrentes dos empréstimos realizados. Um ano antes, o percentual ficou em 18%.
O lucro obtido pelo banco no trimestre representou aumento de 22% em relação ao mesmo período de 2009.
"O resultado deveu-se à combinação de melhora do crédito e redução de custos por perdas esperadas com inadimplência", disse Domingos Abreu, vice-presidente-executivo do Bradesco. "Conseguimos crescer e diversificar o crédito com a entrada de novos clientes."
O banco espera aceleração do crédito nos próximos meses. Para este ano, a expectativa é a de que o crédito registre expansão entre 21% e 25%. Em 2009, o crescimento da carteira do banco foi de 6,8%. Em 2008, o crédito se expandiu em 33,4%.
"O resultado do trimestre mostrou a continuidade da recuperação do crescimento da carteira de crédito, assim como a queda da inadimplência, principalmente no segmento de pessoa física", afirmou Mariana Taddeo, analista de bancos da Link Investimentos.
A queda da inadimplência na instituição foi expressiva, mas ainda está um pouco acima dos patamares pré-crise. No segmento de pessoa física, os empréstimos com atraso superior a 90 dias recuaram de 7,4% em dezembro para 6,7% no fim de março, sendo o mais baixo percentual desde dezembro de 2008, quando ficou em 6,1%. Para a carteira total, o recuo foi de 4,9% em dezembro passado para 4,4% em março.
Outro fator relevante para o resultado do banco foi o crescimento das receitas obtidas com serviços bancários -como tarifas, cartões e administração de fundos. Apesar das mudanças feitas pelo BC na cobrança de tarifas bancárias em 2008, o segmento continua rendendo cifras significativas para as instituições financeiras.
Em 12 meses, a receita com serviços cresceu 14,7%, totalizando no primeiro trimestre R$ 3,12 bilhões. Nesse segmento, destaque para as rendas com cartões, que subiram 16,5%, com administração de fundos, que saltaram 16,3%, e as contas correntes (11,3%).
Na terça-feira, o banco anunciou uma parceria com o Banco do Brasil para explorar uma nova bandeira de cartões, com foco mais direcionado para as classes de menor poder aquisitivo. Isso tende, segundo analistas, a elevar ainda mais a participação das receitas com cartões nos resultados futuros.
No setor de seguros, responsável por 33% do resultado do banco, o crescimento no trimestre foi de 16,8%, totalizando lucro de R$ 703 milhões.
Os ativos totais do Bradesco tiveram aumento de 1,7% no primeiro trimestre e alcançaram R$ 532,6 bilhões.

Alta
No pregão da BM&FBovespa, as ações preferenciais do Bradesco foram alvo de compra dos investidores e terminaram com valorização de 1,78%. Após mais de 8.000 operações, o papel foi o quinto mais negociado ontem na Bolsa de Valores.
Hoje é a vez de o Santander anunciar seus números do primeiro trimestre do ano.


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