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CONJUNTURA
Indicadores do varejo mostram que as vendas não deslancharam
Indústria e comércio ainda encolhem neste trimestre
ADRIANA MATTOS
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
O insignificante desempenho da
indústria e do comércio nos primeiros três meses do ano voltou a
se repetir até a metade deste segundo trimestre. Indicadores do
varejo apontam queda no faturamento do setor em abril e empate
neste mês em relação ao mesmo
período de 2001. Representantes
da indústria esperam alguma expansão da capacidade produtiva
das fábricas só a partir de julho.
"Do jeito que as coisas estão não
dá para esperar nenhuma reação
positiva dentro das empresas",
diz Boris Tabacof, vice-presidente
da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
"Neste mês devemos ficar no
elas por elas, ou seja, registrar um
resultado de vendas semelhante
ao verificado em igual período de
2001", afirma Marcel Solimeo,
economista da Associação Comercial de São Paulo.
Clarice Messer, diretora do Departamento Econômico da Fiesp,
diz que a maioria dos empresários
não tem expectativa de melhora
dos negócios neste trimestre. E, se
houver recuperação no segundo
semestre, será menor do que se
previa no início do ano.
A Fiesp, que projetava para este
ano crescimento para o setor de
até 3%, reviu esse número para
2%. "A nova política de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e os juros elevados punem as
operações de crédito. Isso pode
comprometer até mesmo os primeiros meses de 2003, além de
desestimular os investimentos."
A indústria e o comércio despencaram na mesma velocidade
nos primeiros três meses do ano.
Dados apresentados ontem pelo
IBGE mostram retrações da indústria e do comércio de 3,91% e
4%, respectivamente.
Essa queda conjunta é um indicador negativo. Isso porque a indústria trabalha com pedidos antecipados do varejo. Ela entregou
em março o que as lojas venderam em abril e neste mês.
Se as fábricas já entregaram menos itens ao comércio nos meses
passados, isso quer dizer que o varejo já não prevê aumento de vendas neste trimestre.
Especialistas que tomaram conhecimento ontem dos resultados do PIB no primeiro trimestre concordam que só a retração nos juros e maiores exportações podem dar fôlego à economia.
Simone Saisse, coordenadora-adjunta da área de política econômica da CNI, diz que a expectativa é de mais desaceleração da indústria neste trimestre. Isso porque na passagem do primeiro para o segundo trimestres o dólar voltou
a subir e houve a interrupção na queda dos juros.
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