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Bolsa avança 2,4% e zera perdas desde a piora da crise
Dólar tem quinta baixa seguida e fecha a R$ 2,009
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São
Paulo demorou oito meses para
recuperar o patamar em que
estava quando do agravamento
da crise econômica internacional. Ontem, com uma alta de
2,41%, chegou aos 53.040 pontos. Trata-se do seu maior nível
desde meados de setembro do
ano passado, na sequência da
falência do banco de investimentos americano Lehman
Brothers, que causou pânico
nos mercados financeiros em
todo o mundo.
No ano, a Bolsa brasileira já
acumula ganhos de 41%. Foram
12,2% só em maio.
"Essa elevação se sustenta
principalmente na entrada de
capital estrangeiro. Observando as altas, os investidores locais também se sentem compelidos a acompanhar e acabam
entrando também", diz Luciana Leocádio, analista-chefe da
corretora Ativa. "Os estrangeiros são atraídos para o mercado
local porque o país está sentindo de forma menos intensa a
redução da atividade. O consumidor segue comprando, e o
desemprego parece relativamente controlado, subindo
menos do que o esperado."
O fato de a escalada ter se dado tão rapidamente abre espaços para realizações de lucro no
curto prazo, entretanto. "De fato, não esperávamos uma subida acentuada tão cedo. Nossas
previsões eram de que a Bolsa
atingiria esse nível somente a
partir do meio do ano", afirma
Leocádio.
Na sua opinião, agora há menos espaço para as ações de empresas brasileiras experimentarem valorização adicional.
"Seria necessário que os investidores enxergassem uma melhora notável no cenário global." Por ora, os indicadores sobre a economia dos EUA e europeia ainda não dão razão a
um otimismo extra.
Em razão disso, os especialistas recomendam cautela a
quem pretende começar a comprar papéis.
Outro fator positivo foram as
Bolsas externas. O bom humor
em Wall Street ajudou a animar
os investidores locais.
A Bolsa de Nova York avançou 1,25% com a informação de
que as encomendas de bens duráveis cresceram 1,9% em abril,
muito mais do que os economistas previam. A notícia de
que a General Motors conseguiu acertar com seus credores
uma troca de dívidas por ações
também foi motivo de alívio.
Os sinais de melhora na economia fizeram o petróleo chegar ao maior preço em seis meses. O barril do combustível subiu 2,57%, para US$ 65,08.
Câmbio
O dólar comercial teve uma
leve queda ontem: 0,29%, para
R$ 2,009. Foi a quinta baixa seguida da cotação, a despeito da
contínua intervenção do Banco
Central no mercado de câmbio.
O BC continuou ontem a comprar divisas no mercado à vista.
(DENYSE GODOY)
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