São Paulo, sexta-feira, 29 de maio de 2009

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Bolsa avança 2,4% e zera perdas desde a piora da crise

Dólar tem quinta baixa seguida e fecha a R$ 2,009

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo demorou oito meses para recuperar o patamar em que estava quando do agravamento da crise econômica internacional. Ontem, com uma alta de 2,41%, chegou aos 53.040 pontos. Trata-se do seu maior nível desde meados de setembro do ano passado, na sequência da falência do banco de investimentos americano Lehman Brothers, que causou pânico nos mercados financeiros em todo o mundo.
No ano, a Bolsa brasileira já acumula ganhos de 41%. Foram 12,2% só em maio.
"Essa elevação se sustenta principalmente na entrada de capital estrangeiro. Observando as altas, os investidores locais também se sentem compelidos a acompanhar e acabam entrando também", diz Luciana Leocádio, analista-chefe da corretora Ativa. "Os estrangeiros são atraídos para o mercado local porque o país está sentindo de forma menos intensa a redução da atividade. O consumidor segue comprando, e o desemprego parece relativamente controlado, subindo menos do que o esperado."
O fato de a escalada ter se dado tão rapidamente abre espaços para realizações de lucro no curto prazo, entretanto. "De fato, não esperávamos uma subida acentuada tão cedo. Nossas previsões eram de que a Bolsa atingiria esse nível somente a partir do meio do ano", afirma Leocádio.
Na sua opinião, agora há menos espaço para as ações de empresas brasileiras experimentarem valorização adicional. "Seria necessário que os investidores enxergassem uma melhora notável no cenário global." Por ora, os indicadores sobre a economia dos EUA e europeia ainda não dão razão a um otimismo extra.
Em razão disso, os especialistas recomendam cautela a quem pretende começar a comprar papéis.
Outro fator positivo foram as Bolsas externas. O bom humor em Wall Street ajudou a animar os investidores locais.
A Bolsa de Nova York avançou 1,25% com a informação de que as encomendas de bens duráveis cresceram 1,9% em abril, muito mais do que os economistas previam. A notícia de que a General Motors conseguiu acertar com seus credores uma troca de dívidas por ações também foi motivo de alívio.
Os sinais de melhora na economia fizeram o petróleo chegar ao maior preço em seis meses. O barril do combustível subiu 2,57%, para US$ 65,08.

Câmbio
O dólar comercial teve uma leve queda ontem: 0,29%, para R$ 2,009. Foi a quinta baixa seguida da cotação, a despeito da contínua intervenção do Banco Central no mercado de câmbio. O BC continuou ontem a comprar divisas no mercado à vista.
(DENYSE GODOY)


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