São Paulo, sábado, 29 de junho de 2002

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CÂMBIO

No mercado londrino, moeda chegou a US$ 0,999

Euro se aproxima da paridade com o dólar, e BCs fazem intervenção

DA REDAÇÃO

Os três principais bancos centrais do planeta, o Federal Reserve (EUA), o Banco Central Europeu e o Banco do Japão, agiram ontem no mercado de câmbio para conter a valorização do iene ante o dólar. A intervenção foi feita por iniciativa do Ministério das Finanças do Japão, que teme que o país perca competitividade no comércio internacional.
O euro também seguiu ganhando ontem. Chegou a ficar por um triz da paridade com o dólar, atingindo a cotação de US$ 0,999 no mercado londrino (no fechamento, a moeda valia US$ 0,9882), o maior valor desde fevereiro de 2000. Já no mercado de Nova York o euro encerrou a semana valendo US$ 0,991.
"A barreira da paridade deve ser rompida na próxima semana", disse Hans Redeker, diretor dos analistas de câmbio do BNP Paribas. "O euro ganhou mais de 12% desde março, sem nenhuma grande correção."
Desde o dia 22 de maio, o BC japonês já havia feito pelo menos seis intervenções, vendendo ienes. Mesmo assim, o dólar seguiu caindo, atingindo seu menor nível em relação ao iene em nove meses. Só depois da ação conjunta, com os BCs vendendo iene, a moeda norte-americana inverteu a tendência de queda.
Desde o começo do ano, o iene subiu quase 10% em relação ao dólar. Com a perda de confiança nos EUA, por causa da debilidade econômica e dos sucessivos escândalos corporativos, a moeda norte-americana vem perdendo valor ante uma cesta de moedas desde abril.
Para se manter estável em relação ao iene e ao euro, as duas outras moedas mais importantes do comércio global, os EUA precisam receber diariamente US$ 1 bilhão em investimentos. Mas o país deixou de ser um porto seguro para os investidores internacionais, e a entrada de recursos externos tem ficado abaixo disso.
Quando foi lançado, em 1999, o euro valia US$ 1,1747, mas, depois disso, começou a cair. Em outubro de 2000, atingiu sua cotação mais baixa, US$ 0,8225.



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