São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2004

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PARCERIA

Recursos dependem de aprovação, pelo Congresso, de acordo de proteção

Investimento alemão poderá crescer

FABÍOLA SALANI
ENVIADA ESPECIAL A BERLIM

Se o acordo de proteção aos investimentos entre Brasil e Alemanha for ratificado pelo Congresso brasileiro, os pequenos e médios empresários alemães deverão direcionar mais investimentos ao maior parceiro comercial que seu país tem na América Latina.
Essa avaliação foi feita por Hilde Welte, secretária para a América Latina do Ministério da Economia e do Trabalho da Alemanha. "Acreditamos que os empresários analisam se no país de destino do investimento há esse tratado bilateral com a Alemanha."
Segundo Welte, mais de 80 países mantêm hoje esse tipo de tratado com a Alemanha -China e Índia entre eles. E o acordo já vem sendo negociado com o Brasil desde o governo Fernando Henrique Cardoso. Tanto que o Congresso alemão já o aprovou.
"Do nosso ponto de vista, essa ferramenta é muito importante para proteger os investimentos dos pequenos e médios empresários. As grandes empresas alemãs já estão no Brasil."
Welte disse que a Índia se mostrou resistente a assinar o tratado no início das conversações, em 1992. "Mas foi questão de poucos anos de negociações e, então, a Índia e outros países da região assinaram o tratado."
Apesar de prever aumento dos investimentos no Brasil com essa iniciativa, Welte não arrisca um palpite de quanto seria esse crescimento. "Nós, como governo, não podemos obrigar as empresas a investir em um país. Mas o que podemos dizer é que um acordo dessa natureza cria as condições para o investimento."
Em sua avaliação, o Brasil é um dos destinos preferidos dos investidores alemães. "É o país que mais recebe recursos [alemães] na América Latina."
O Brasil é hoje, segundo dados do ministério alemão, o maior parceiro comercial do país na América Latina. No ano passado, as exportações alemãs para o Brasil somaram 4,1 bilhões e as importações, 3,9 bilhões.
A secretária Hilde Welte identifica algumas áreas de interesse dos empresários alemães no Brasil: infra-estrutura -principalmente rodovias, hidrovias e modernização de portos-, agronegócio e energia renovável. "Sabemos que há uma empresa alemã interessada em investir em projetos de energia eólica no Nordeste brasileiro, por exemplo."


A jornalista Fabíola Salani viajou a Berlim a convite da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha


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