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VACA DOENTE
Rodrigues afirma que o novo foco detectado no Pará foi comunicado, dentro do prazo, a organismo internacional
Ministro nega atraso em anúncio da aftosa
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, negou ontem
que tenha havido lentidão ou
atraso por parte do governo brasileiro em informar a países importadores de carne sobre o foco de
febre aftosa descoberto em Monte
Alegre, no Pará.
Momentos antes de discursar
em um fórum de debates promovido pela ADVB (Associação dos
Dirigentes de Vendas e Marketing
do Brasil), Rodrigues afirmou que
a responsabilidade em casos como esse cabe à OIE (Organização
Internacional de Epizootia e Saúde Animal). "Quando ocorre esse
tipo de problema, qualquer país
ligado à OIE tem 24 horas de prazo para avisar a entidade, e ela se
encarrega de informar países importadores", afirmou.
Nas duas últimas semanas, Rússia e Argentina suspenderam a
importação de carne brasileira
sob a alegação de que faltou iniciativa por parte do país de informar a dimensão do problema detectado e sobre as medidas adotadas para combater o foco.
Rodrigues voltou a afirmar que
entre amanhã e quarta-feira a Argentina deve suspender o embargo à carne brasileira.
Reunião adiada
Segundo o ministro, a reunião
da missão brasileira na Rússia,
para discutir o assunto, acontece
hoje, e não ontem, como havia sido informado a princípio.
De acordo com Rodrigues, se
um acordo para o fim da suspensão das importações brasileiras de
trigo russo for negociado, não valerá para este ano.
"A Rússia não tem excedentes
para exportar para o Brasil. Essa é
apenas uma normatização para o
comércio futuro."
Na última sexta-feira, ao comentar os objetivos da missão
brasileira na Rússia, o secretário
de Defesa Agropecuária, Maçao
Tadano, afirmou que "ela [a questão do trigo] é importante dentro
dessa temática".
Ontem, o ministro afirmou que
"é outro assunto". "Eles [a missão
brasileira] estão preparados também para discutir o trigo, mas o
objetivo principal é a carne", desconversou. Questionado se a descoberta de um foco de aftosa no
Pará pode comprometer as exportações brasileiras de carne para os Estados Unidos, ele afirmou
que "sempre pode".
"Não deveria, porque o foco
surgiu no Pará, que não é um Estado livre para exportações de
carne", afirmou. Rodrigues ressaltou, no entanto, que o fato de
Argentina e Rússia terem suspendido as importações "pode ser
usado negativamente".
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