São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2004

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VACA DOENTE

Rodrigues afirma que o novo foco detectado no Pará foi comunicado, dentro do prazo, a organismo internacional

Ministro nega atraso em anúncio da aftosa

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, negou ontem que tenha havido lentidão ou atraso por parte do governo brasileiro em informar a países importadores de carne sobre o foco de febre aftosa descoberto em Monte Alegre, no Pará.
Momentos antes de discursar em um fórum de debates promovido pela ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil), Rodrigues afirmou que a responsabilidade em casos como esse cabe à OIE (Organização Internacional de Epizootia e Saúde Animal). "Quando ocorre esse tipo de problema, qualquer país ligado à OIE tem 24 horas de prazo para avisar a entidade, e ela se encarrega de informar países importadores", afirmou.
Nas duas últimas semanas, Rússia e Argentina suspenderam a importação de carne brasileira sob a alegação de que faltou iniciativa por parte do país de informar a dimensão do problema detectado e sobre as medidas adotadas para combater o foco.
Rodrigues voltou a afirmar que entre amanhã e quarta-feira a Argentina deve suspender o embargo à carne brasileira.

Reunião adiada
Segundo o ministro, a reunião da missão brasileira na Rússia, para discutir o assunto, acontece hoje, e não ontem, como havia sido informado a princípio.
De acordo com Rodrigues, se um acordo para o fim da suspensão das importações brasileiras de trigo russo for negociado, não valerá para este ano.
"A Rússia não tem excedentes para exportar para o Brasil. Essa é apenas uma normatização para o comércio futuro."
Na última sexta-feira, ao comentar os objetivos da missão brasileira na Rússia, o secretário de Defesa Agropecuária, Maçao Tadano, afirmou que "ela [a questão do trigo] é importante dentro dessa temática".
Ontem, o ministro afirmou que "é outro assunto". "Eles [a missão brasileira] estão preparados também para discutir o trigo, mas o objetivo principal é a carne", desconversou. Questionado se a descoberta de um foco de aftosa no Pará pode comprometer as exportações brasileiras de carne para os Estados Unidos, ele afirmou que "sempre pode".
"Não deveria, porque o foco surgiu no Pará, que não é um Estado livre para exportações de carne", afirmou. Rodrigues ressaltou, no entanto, que o fato de Argentina e Rússia terem suspendido as importações "pode ser usado negativamente".


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