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INTEGRAÇÃO
Chineses querem estudar país antes de investir; moratória ainda é entrave para atrair parceiros
Kirchner vai à China atrás de investimentos
CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM
O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, começou ontem a
reeditar na China o mesmo roteiro cumprido no fim de maio por
Luiz Inácio Lula da Silva, com
igual objetivo: busca de investimentos e de aumento de exportações para o país asiático.
Mas os resultados até agora foram mais modestos. Marcada pela decisão de suspender o pagamento de sua dívida há pouco
mais de dois anos, a Argentina
ainda tem dificuldades para atrair
investimentos estrangeiros.
Isso se refletiu nos termos dos
acordos assinados pelos dois países. O "Memorando de Entendimentos sobre Investimentos"
prevê a criação de um grupo de
trabalho para analisar a realização
de projetos de interesse comum
em áreas específicas, como biotecnologia, mineração e agroindústria. O grupo se reunirá uma
vez por ano e estudará também a
formação de empresas conjuntas.
O memorando de mesmo nome
assinado durante a visita de Lula
fala concretamente na construção
e modernização de ferrovias e
portos no Brasil, com recursos
chineses.
A exemplo do presidente brasileiro, Kirchner viajou acompanhado de uma comitiva de aproximadamente 280 empresários,
que participaram de seminários
econômicos e rodadas de negócios com os chineses.
A diferença é que o presidente
argentino convidou também empresários dos outros três países do
Mercosul.
Além do memorando sobre investimentos, China e Argentina
assinaram outros quatro acordos.
Os mais importantes prevêem
cooperação nas áreas de transgênicos e de transporte aéreo.
Grande produtor de organismos geneticamente modificados,
a Argentina quer realizar intercâmbio de tecnologia com a China e aumentar suas exportações
nesse setor ao país.
O acordo aéreo abre a possibilidade de transporte de carga entre
os dois países pela estatal argentina Lade. Os outros dois acordos
tratam de cooperação nas áreas
de saúde e cultura.
Hoje, Kirchner terá encontros
com o primeiro-ministro, Wen
Jiabao, e o presidente do Comitê
Permanente da Assembléia Nacional, Wu Bangguo. Amanhã, ele
viaja a Xangai, onde se encontrará
com empresários chineses.
Acordo com o Mercosul
Representantes do Mercosul e
da China realizam a partir de
amanhã o primeiro encontro para
discutir as bases da negociação de
um acordo de livre comércio entre o bloco latino-americano e o
país asiático, anunciado durante a
visita do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva a Pequim, há pouco
mais de um mês.
As discussões se darão no âmbito do Diálogo Mercosul-China,
foro que existe há cinco anos e no
qual os dois lados trocam informações e realizam consultas sobre temas políticos e econômicos.
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