São Paulo, sexta-feira, 29 de junho de 2007

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Vivo e TIM disputam vinda de iPhone para o Brasil

Aparelho da Apple começa a ser vendido hoje nos EUA; não há previsão para o país

Calendário para venda de iPhone não prevê América Latina antes de 2009, mas operadoras querem antecipar chegada ao país

Eric Risberg/Associated Press
Norte-americano joga golfe enquanto espera em fila de loja da Apple para comprar o iPhone em San Francisco, nos Estados Unidos


JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL

Os americanos mal podem esperar pelas 18h, quando as lojas da Apple darão início às vendas do iPhone, o celular que desempenha 16 funções, como iPod, terminal de e-mails, navegador de internet e câmera fotográfica. As filas nas portas das lojas da Apple já duram quatro dias. A febre do iPhone também está movimentando as operadoras brasileiras de telefonia celular.
Embora a Apple não pretenda lançar o aparelho na América Latina antes de 2009, a Folha apurou que a Vivo e a TIM estão empenhadas para conseguir um acordo com a fabricante americana e interferir no calendário de lançamento do produto no Brasil. As demais afirmaram que não entraram em contato com a Apple.
Procurada pela Folha, a empresa de Steve Jobs não quis se pronunciar sobre o assunto e limitou-se a dizer que o iPhone chegará à Europa no final deste ano e ao mercado asiático em 2008.
Os primeiros contatos entre a Apple e a Vivo aconteceram há quatro meses na Espanha, durante a 3GSM -uma das feiras mais importantes de telefonia de terceira geração do mundo. Naquela ocasião, Jobs deixou escapar detalhes do sistema operacional do aparelho, chamando a atenção dos participantes para a integração de todos os produtos da Apple.
Trazer o iPhone para o Brasil não é uma tarefa simples porque ainda não se sabe se a infra-estrutura de redes será compatível com as exigências dos serviços previstos.
A Apple está cautelosa porque não quer repetir a experiência da parceria com a Motorola. Em 2004, elas lançaram um celular que dava acesso ao iTunes, a loja virtual da Apple que permite baixar músicas e vídeos. Por questões técnicas, muitos aparelhos não conseguiam acessar o iTunes para a transferência dos arquivos.
Para trazer o iPhone ao Brasil, as operadoras teriam de convencer Jobs a tornar o iTunes disponível no Brasil e torcer para que a legislação do país não classifique o produto como "venda casada" -aquela prática comercial que atrela a comercialização de um produto à de outro. Explica-se. Para se ter acesso aos serviços do iPhone é obrigatório ser cliente das lojas do iTunes. Sem isso, nada acontece.
No que depender de quebrar protocolos comerciais de lançamento, a Vivo deu sinais recentes de que tem cacife para quebrar protocolos comerciais. Na semana passada, ela começou a vender, com exclusividade, o celular Prada no Brasil. Fabricado pela coreana LG, o aparelho não estava previsto para chegar ao Brasil.
Nas lojas européias da Prada as filas de espera por um aparelho já duram um mês. Uma negociação iniciada pelos executivos brasileiros conseguiu reverter o quadro e trazer o aparelho. A Claro também entrou na jogada, mas só poderá entregar as reservas feitas pelo seu site em três semanas.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a TIM limitou-se a afirmar que está atenta às oportunidades do mercado e que irá analisar o lançamento do produto em um momento oportuno.


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