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País fica sem novidades internacionais
DA REPORTAGEM LOCAL
Se depender da vontade da
Apple, o Brasil não verá o
iPhone antes de 2009. A
Sony ainda não tem previsão
para lançar o PlayStation 3 e
não sabe se importará o Blu-ray. A única certeza que os
consumidores têm é: vai demorar. Mas por quê?
A explicação das empresas
é: falta mercado. De fato, a
renda per capita dos brasileiros não é das melhores, mas
compradores existem. Basta
observar a quantidade de turistas brasileiros que passam
pelas barreiras alfandegárias
carregados de produtos importados -uma prática que
aumenta em tempos de dólar
baixo. É o que explica Mauro
de Brito, chefe da área de repressão ao contrabando da
Receita Federal. "As pessoas
costumam trazer mercadorias que custam mais no Brasil", diz.
Computadores, notebooks, consoles estão entre
os produtos mais visados
porque a diferença de preço
no Brasil e no exterior é
maior. O XBox 360 nos EUA
é vendido pelo equivalente a
R$ 762. Aqui custa R$ 2.999
devido à cobrança em cascata de impostos.
O problema fica mais complicado para as fabricantes
porque a pirataria e o contrabando transformam o mercado num campo de guerra
desleal. Segundo levantamento da Abes (Associação
Brasileira da Empresas de
Software), de cada dez consoles (nome técnico dos videogames mais modernos)
adquiridos no Brasil, apenas
um foi adquirido de forma
correta. "O restante entrou
no Brasil de forma irregular",
afirma Emílio Munaro, coordenador do grupo Anti-Pirataria da Abes.
Outro aspecto que as empresas levam em conta é a rede de distribuição. Muitas lojas se recusam a vender produtos que os consumidores
poderão encontrar em camelôs. A Hi Rappy, maior rede
de lojas de brinquedos do
país, é uma das varejistas que
decidiu não colocar nas prateleiras produtos para o
PlayStation ou XBox 360 que
podem ser encontrados em
lojas da rua Santa Ifigênia,
um conhecido endereço no
centro da capital paulista para produtos eletroeletrônicos mais baratos, por R$
1.300, menos da metade do
preço oficial.
Para as empresas que decidem entrar nessa disputa, o
jeito é encolher a margem de
lucro e preparar o fôlego.
(JULIO WIZIACK)
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