São Paulo, segunda-feira, 29 de junho de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Rafael Hupsel/Folha Imagem
José Luis Doles, sócio do escritório Barcellos Tucunduva, que estruturou mais de R$ 700 milhões em operações de FIDC neste ano


Crise não deve afetar turismo no Brasil

Uma pesquisa feita pelo instituto NetPop a pedido do Google e que será divulgada no início de julho revela que os brasileiros têm intenção de fazer 4,4 viagens neste ano. Em 2008, essa média foi de 3,9 viagens.
A maior parte dos entrevistados pretende usar a internet para efetuar não apenas suas buscas de roteiros e preços, mas também para efetivar a compra de pacotes ou demais produtos turísticos (reserva de hotel, bilhetes aéreos, cruzeiros ou aluguel de veículos).
Esse comportamento já é uma realidade. A pesquisa indica que a internet transformou-se na principal forma de venda do setor turístico. Hoje, 81% dos bilhetes aéreos emitidos no país já são adquiridos pela rede. Esse índice é de 72% para as reservas hoteleiras; 62% para aluguéis de carros; 60% para passagens de cruzeiros; 66% na compra de pacotes turísticos.
Na contramão, apenas 3% dos bilhetes foram emitidos nas lojas das companhias aéreas. Apenas 5% das reservas hoteleiras são feitas diretamente no balcão ou por telefone. Esse índice foi de 22% para a locação de veículos, 10% para a compra de cabines em cruzeiros e 7% na aquisição de pacotes em agências de viagem.
"As empresas despertaram para essa realidade e estão preocupadas em criar canais específicos para o atendimento on-line", diz Jorge Dib, diretor de negócios na área de Turismo do Google. "Algumas já nos procuram para criar projetos nessa área."
Para participar da pesquisa, realizada entre 3 e 12 de março de 2009, os 1.012 entrevistados tinham obrigatoriamente de ter comprado um produto de viagem nos últimos seis meses, pessoalmente ou pela internet.
A maior parte dos entrevistados (57%) tinha ensino superior completo e a renda média foi de R$ 6.358. Cerca de 10% deles diz não ter tomado nenhuma decisão de compra sem consultar antes sua comunidade de amigos na internet. "Esse resultado também preocupa as empresas porque as redes de relacionamento estão se tornando referência da qualidade na prestação de serviços."

RECEBÍVEIS
A redução da taxa básica de juros aumenta a atratividade dos FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) para os investidores, afirma José Luis Doles, sócio do escritório Barcellos Tucunduva. Segundo ele, a rentabilidade dos fundos é de cerca de 120% do CDI (taxa usada para empréstimos entre bancos). "Quem estava tranquilo nos fundos de renda fixa agora vai ter de arriscar mais para ter uma rentabilidade alta." Neste ano, o escritório estruturou R$ 717 milhões em operações de FIDC. O volume representa cerca de 50% do total lançado no período, de R$ 1,5 bilhão. No último semestre do ano passado, cerca de R$ 10 bilhões em FIDCs foram lançados no mercado brasileiro.

SOBE-E-DESCE
Em 2007, 20% das transações de fusões e aquisições de empresas no mundo eram de private equity. No primeiro trimestre, o número foi abaixo de 5%, segundo estudo da Bain & Company (veja acima). Nos EUA, o valor das transações de fusões e aquisições por fundos de private equity caiu de US$ 500 bilhões para US$ 100 bilhões.

Empresa de terceirização aumenta contratação na crise
A crise econômica impulsionou a contratação de trabalhadores terceirizados. Na Allis, de terceirização, a equipe cresceu entre 15% e 20% desde o final do ano passado. Com a atual onda de desemprego, a Allis conseguiu empregar os novos funcionários por salários 10% menores do que antes da crise.
Para o presidente da Allis, Moises Assayag, a atual conjuntura intensificou uma tendência de terceirização de serviços e da equipe pelas empresas.
Segundo Assayag, o custo de contratar um trabalhador terceirizado é cerca de 20% menor do que empregá-lo diretamente. Além de enxugar despesas, os empresários também buscam a terceirização para transferir o chamado passivo trabalhista dos contratos diretos para empresas especializadas em recursos humanos, diz.
Se os negócios cresceram na unidade de terceirização da Allis, na de "headhunting" o efeito foi o contrário: queda de 55% no recrutamento de executivos. Assayag afirma que o setor já está em recuperação, mas ainda não repôs as perdas.
DESEMBARQUE
Fawzi Hariri, ministro da Indústria do Iraque, que desembarca no Brasil nesta semana, participa amanhã de evento com 150 industriais reunidos pelo Ciesp de São Bernardo do Campo.

NA PRAIA
A Abyara Brokers inaugura nesta semana um escritório em Santos. A empresa vai lançar R$ 2 bilhões de VGV (Valor Geral de Vendas) de 2010 a 2014, na região. Atualmente, a imobiliária trabalha em Santos com estoque de R$ 500 milhões de VGV na região.

RETOMADA
A Anbid (bancos de investimento) registrou neste mês 13 protocolos de pedidos de ofertas de ações, debêntures e notas promissórias. Os pedidos marcam o reaquecimento do mercado de capitais, que amargou um período de abstinência nesta crise. Segundo a Anbid, parte da alta é fruto do convênio com a CVM para reduzir prazos e simplificar pedidos.

CÂMERA
Martin Hackett é o novo presidente da Zatix, empresa de monitoramento de veículos.

NO MAR
A Costa Cruzeiros fechou parceria com a Holistic Training, empresa de condicionamento físico. O navio Costa Concórdia, que fará o percurso São Paulo-Rio-Bahia, terá sistema da Holistic de 800 tipos de exercícios.

ESCRITA
O publicitário Eduardo Fischer está investindo em nova área. Começou a escrever o livro "A Comunicação Integrada". Sua meta é lançá-lo em novembro.
NA GÔNDOLA
A Justiça do Trabalho julga hoje pedido do Sindicato dos Comerciários de SP para impedir a abertura de um sindicato que quer representar os trabalhadores de supermercados. Os comerciários dizem que o que está em jogo é a arrecadação de parte do imposto sindical recolhido pelo sindicato, que chega a R$ 12 milhões. O imposto equivale a um dia de trabalho e é descontado de forma compulsória do salário de cada um dos 400 mil comerciários da capital paulista.


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