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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Rafael Hupsel/Folha Imagem
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José Luis Doles, sócio do escritório Barcellos Tucunduva, que estruturou mais de R$ 700 milhões em operações de FIDC neste ano |
Crise não deve afetar turismo no Brasil
Uma pesquisa feita pelo instituto NetPop a pedido do Google e que será divulgada no início de julho revela que os brasileiros têm intenção de fazer 4,4
viagens neste ano. Em 2008,
essa média foi de 3,9 viagens.
A maior parte dos entrevistados pretende usar a internet
para efetuar não apenas suas
buscas de roteiros e preços,
mas também para efetivar a
compra de pacotes ou demais
produtos turísticos (reserva de
hotel, bilhetes aéreos, cruzeiros ou aluguel de veículos).
Esse comportamento já é
uma realidade. A pesquisa indica que a internet transformou-se na principal forma de venda
do setor turístico. Hoje, 81%
dos bilhetes aéreos emitidos no
país já são adquiridos pela rede.
Esse índice é de 72% para as reservas hoteleiras; 62% para aluguéis de carros; 60% para passagens de cruzeiros; 66% na
compra de pacotes turísticos.
Na contramão, apenas 3%
dos bilhetes foram emitidos
nas lojas das companhias aéreas. Apenas 5% das reservas
hoteleiras são feitas diretamente no balcão ou por telefone. Esse índice foi de 22% para
a locação de veículos, 10% para
a compra de cabines em cruzeiros e 7% na aquisição de pacotes em agências de viagem.
"As empresas despertaram
para essa realidade e estão
preocupadas em criar canais
específicos para o atendimento
on-line", diz Jorge Dib, diretor
de negócios na área de Turismo
do Google. "Algumas já nos
procuram para criar projetos
nessa área."
Para participar da pesquisa,
realizada entre 3 e 12 de março
de 2009, os 1.012 entrevistados
tinham obrigatoriamente de
ter comprado um produto de
viagem nos últimos seis meses,
pessoalmente ou pela internet.
A maior parte dos entrevistados (57%) tinha ensino superior completo e a renda média
foi de R$ 6.358. Cerca de 10%
deles diz não ter tomado nenhuma decisão de compra sem
consultar antes sua comunidade de amigos na internet. "Esse
resultado também preocupa as
empresas porque as redes de
relacionamento estão se tornando referência da qualidade
na prestação de serviços."
RECEBÍVEIS
A redução da taxa básica de juros aumenta a atratividade
dos FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) para os investidores, afirma José Luis Doles, sócio do
escritório Barcellos Tucunduva. Segundo ele, a rentabilidade
dos fundos é de cerca de 120% do CDI (taxa usada para empréstimos entre bancos). "Quem estava tranquilo nos fundos
de renda fixa agora vai ter de arriscar mais para ter uma
rentabilidade alta." Neste ano, o escritório estruturou
R$ 717 milhões em operações de FIDC. O volume representa
cerca de 50% do total lançado no período, de R$ 1,5 bilhão.
No último semestre do ano passado, cerca de R$ 10 bilhões
em FIDCs foram lançados no mercado brasileiro.
SOBE-E-DESCE
Em 2007, 20% das transações de fusões e aquisições de
empresas no mundo eram de private equity. No primeiro
trimestre, o número foi abaixo de 5%, segundo estudo da
Bain & Company (veja acima). Nos EUA, o valor das transações de fusões e aquisições por fundos de private equity
caiu de US$ 500 bilhões para US$ 100 bilhões.
Empresa de terceirização aumenta contratação na crise
A crise econômica impulsionou a contratação de trabalhadores terceirizados. Na Allis, de
terceirização, a equipe cresceu
entre 15% e 20% desde o final
do ano passado. Com a atual
onda de desemprego, a Allis
conseguiu empregar os novos
funcionários por salários 10%
menores do que antes da crise.
Para o presidente da Allis,
Moises Assayag, a atual conjuntura intensificou uma tendência de terceirização de serviços
e da equipe pelas empresas.
Segundo Assayag, o custo de
contratar um trabalhador terceirizado é cerca de 20% menor
do que empregá-lo diretamente. Além de enxugar despesas,
os empresários também buscam a terceirização para transferir o chamado passivo trabalhista dos contratos diretos para empresas especializadas em
recursos humanos, diz.
Se os negócios cresceram na
unidade de terceirização da
Allis, na de "headhunting" o
efeito foi o contrário: queda de
55% no recrutamento de executivos. Assayag afirma que o
setor já está em recuperação,
mas ainda não repôs as perdas.
DESEMBARQUE
Fawzi Hariri, ministro da
Indústria do Iraque, que desembarca no Brasil nesta semana, participa amanhã de
evento com 150 industriais
reunidos pelo Ciesp de São
Bernardo do Campo.
NA PRAIA
A Abyara Brokers inaugura nesta semana um escritório em Santos. A empresa vai
lançar R$ 2 bilhões de VGV
(Valor Geral de Vendas) de
2010 a 2014, na região.
Atualmente, a imobiliária
trabalha em Santos com estoque de R$ 500 milhões de
VGV na região.
RETOMADA
A Anbid (bancos de investimento) registrou neste
mês 13 protocolos de pedidos de ofertas de ações, debêntures e notas promissórias. Os pedidos marcam o
reaquecimento do mercado
de capitais, que amargou um
período de abstinência nesta
crise. Segundo a Anbid, parte
da alta é fruto do convênio
com a CVM para reduzir
prazos e simplificar pedidos.
CÂMERA
Martin Hackett é o novo
presidente da Zatix, empresa de monitoramento de veículos.
NO MAR
A Costa Cruzeiros fechou
parceria com a Holistic Training, empresa de condicionamento físico. O navio Costa Concórdia, que fará o percurso São Paulo-Rio-Bahia,
terá sistema da Holistic de
800 tipos de exercícios.
ESCRITA
O publicitário Eduardo
Fischer está investindo em
nova área. Começou a escrever o livro "A Comunicação
Integrada". Sua meta é lançá-lo em novembro.
NA GÔNDOLA
A Justiça do Trabalho julga hoje pedido do Sindicato
dos Comerciários de SP para
impedir a abertura de um
sindicato que quer representar os trabalhadores de supermercados. Os comerciários dizem que o que está em
jogo é a arrecadação de parte
do imposto sindical recolhido pelo sindicato, que chega
a R$ 12 milhões. O imposto
equivale a um dia de trabalho e é descontado de forma
compulsória do salário de
cada um dos 400 mil comerciários da capital paulista.
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