São Paulo, quarta-feira, 29 de julho de 2009

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EUA defendem maior peso de emergentes em instituições globais

Países como o Brasil querem mais representatividade em órgãos como o FMI e o Banco Mundial, historicamente comandados por americanos e europeus

DA REUTERS, EM WASHINGTON
DA FOLHA ONLINE

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, disse ontem que quer encontrar uma forma de dar maior peso às economias emergentes em instituições financeiras globais.
"Nós discutiremos reformas para ajudar as instituições financeiras internacionais a serem mais representativas das dinâmicas economias emergentes, além de fortalecer sua capacidade de evitar futuras crises", afirmou em comentários preparados para discurso no segundo dia de reunião com autoridades chinesas.
Geithner disse que a economia global mudou muito desde a reunião de Bretton Woods, em 1944, nos EUA (quando foram criados organismos multilaterais como o FMI e o Banco Mundial), e o mesmo deve acontecer com a "arquitetura global que leva o seu nome".
Nos últimos anos, os países emergentes vêm pedindo mais voz nos organismos multilaterais. Historicamente, por exemplo, o Banco Mundial é comandado por norte-americanos, e o FMI, por europeus, não havendo dirigentes dos países emergentes no topo do poder dessas instituições.
Com a crise, os países em desenvolvimento ganharam mais espaço nos fóruns de discussão, como o G20 (grupo que reúne 20 das maiores economias mundiais, entre elas, emergentes como Brasil e China), e as nações ricas prometeram que eles terão maior representatividade nos órgãos multilaterais -ainda que nenhum passo concreto tenha sido realizado.
No dia 13 passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender que o G20 concentre todas as discussões sobre a crise financeira internacional. Para Lula, o grupo de países em desenvolvimento tem "autoridade moral" para isso, uma vez que representa quase 80% da riqueza mundial.
Lula afirmou que o mundo não se constitui apenas dos países-membros do G20 e que nações menores também devem ter espaço para participar. Ele defendeu que a ONU seja uma "referência" para envolver países pequenos nas discussões.
"Se um país de 1,3 bilhão de habitantes, como a China, tem responsabilidade, uma ilha de 300 mil habitantes também tem. Ninguém pode querer ter a hegemonia de achar que determinados grupos de países são os que decidem."


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