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EUA defendem maior peso de emergentes em instituições globais
Países como o Brasil querem mais representatividade em órgãos como o FMI e o Banco Mundial, historicamente comandados por americanos e europeus
DA REUTERS, EM WASHINGTON
DA FOLHA ONLINE
O secretário do Tesouro dos
Estados Unidos, Timothy
Geithner, disse ontem que quer
encontrar uma forma de dar
maior peso às economias emergentes em instituições financeiras globais.
"Nós discutiremos reformas
para ajudar as instituições financeiras internacionais a serem mais representativas das
dinâmicas economias emergentes, além de fortalecer sua
capacidade de evitar futuras
crises", afirmou em comentários preparados para discurso
no segundo dia de reunião com
autoridades chinesas.
Geithner disse que a economia global mudou muito desde
a reunião de Bretton Woods,
em 1944, nos EUA (quando foram criados organismos multilaterais como o FMI e o Banco
Mundial), e o mesmo deve
acontecer com a "arquitetura
global que leva o seu nome".
Nos últimos anos, os países
emergentes vêm pedindo mais
voz nos organismos multilaterais. Historicamente, por
exemplo, o Banco Mundial é
comandado por norte-americanos, e o FMI, por europeus,
não havendo dirigentes dos
países emergentes no topo do
poder dessas instituições.
Com a crise, os países em desenvolvimento ganharam mais
espaço nos fóruns de discussão,
como o G20 (grupo que reúne
20 das maiores economias
mundiais, entre elas, emergentes como Brasil e China), e as
nações ricas prometeram que
eles terão maior representatividade nos órgãos multilaterais
-ainda que nenhum passo
concreto tenha sido realizado.
No dia 13 passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
voltou a defender que o G20
concentre todas as discussões
sobre a crise financeira internacional. Para Lula, o grupo de
países em desenvolvimento
tem "autoridade moral" para
isso, uma vez que representa
quase 80% da riqueza mundial.
Lula afirmou que o mundo
não se constitui apenas dos países-membros do G20 e que nações menores também devem
ter espaço para participar. Ele
defendeu que a ONU seja uma
"referência" para envolver países pequenos nas discussões.
"Se um país de 1,3 bilhão de
habitantes, como a China, tem
responsabilidade, uma ilha de
300 mil habitantes também
tem. Ninguém pode querer ter
a hegemonia de achar que determinados grupos de países
são os que decidem."
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