São Paulo, sábado, 29 de agosto de 2009

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Dólar sobe pelo 5º dia e tem alta de 2,79% na semana

Moeda fechou a R$ 1,882, o maior valor em um mês

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto a Bolsa de Valores teve oscilações mais brandas na semana, o dólar deu um salto de 2,79% no período. Somente ontem, a moeda norte-americana terminou as operações 0,91% mais cara, vendida a R$ 1,882. Essa foi a cotação mais elevada desde 29 de julho, quando a cotação fechou a R$ 1,904.
Após registrar alta em todos os pregões da semana, o dólar passou a acumular apreciação no mês, de 0,91%. No ano, a moeda americana ainda está com baixa, de 19,37%.
Todavia, o mercado ainda não conta com uma escalada da moeda americana. A última pesquisa semanal do BC mostrou que as instituições financeiras esperam que o dólar encerre o ano em R$ 1,85.
"Não vejo uma mudança de tendência para a moeda. Os próximos dias tendem a ser de enfraquecimento do dólar. Entendo que a moeda pode estar até abaixo de R$ 1,85 no fim deste ano", avalia Mário Battistel, diretor de câmbio da Fair Corretora.
De qualquer forma, os investidores estrangeiros ampliaram um pouco suas apostas na manutenção do dólar em níveis mais elevados em suas operações realizadas no mercado futuro da BM&FBovespa. Isso indica que esses investidores não estão, no momento, esperando que o dólar volte a recuar com maior intensidade.
No começo deste mês, o dólar chegou a fechar a R$ 1,81, alimentando a discussão sobre quanto tempo levaria para retomar o patamar de R$ 1,70. Mas desde então a moeda americana tem se afastado dessas mínimas. Durante as operações da última quinta-feira, o dólar bateu em sua máxima recente, ao atingir R$ 1,892.
A semana no mercado de ações foi bem mais tediosa. A Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem praticamente estável (-0,01%). No acumulado da semana teve recuo modesto, de 0,05%. Se o resultado da Bolsa ontem não foi animador, ao menos conseguiu fechar longe do momento mais fraco do dia.
A Bolsa operou no vermelho durante quase todo o pregão, tendo marcado baixa de 0,62% no pior momento.
O mercado internacional não colaborou muito para dar ânimo à Bovespa. O índice Dow Jones, um dos principais de Nova York, encerrou com recuo de 0,38%. Em Londres o dia foi melhor, com a Bolsa de Valores em alta de 0,81%.

Juros
Na próxima semana, os investidores terão na reunião periódica do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) um importante evento. Apesar de os analistas terem opinião praticamente unânime, de que o Copom irá manter a taxa básica Selic em 8,75% anuais, a nota que será apresentada após o encontro é aguardada com interesse. Isso porque pode trazer sinais sobre o futuro da taxa de juros no país.
No mercado de juros futuros, os contratos com vencimento até o final do ano pouco têm oscilado, o que demonstra que os investidores não contam com surpresas até dezembro. O contrato de juros futuros com resgate em dezembro fechou ontem com taxa de 8,62%, o que ilustra a expectativa de manutenção da taxa básica até lá.
"Acreditamos que o BC deva optar por uma posição mais cautelosa e manter a taxa Selic inalterada. Como não vemos pressões inflacionárias em 2010, acreditamos na manutenção desse patamar de juros básicos também ao longo do próximo ano. Mas já começamos a discutir uma possível alta da Selic em 2011", afirmou, em relatório apresentado ontem, Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra.


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