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Executivos da AmBev serão alvo de investigação
Divisão antitruste do Ministério da Justiça abrirá apuração; empresa nega irregularidades
Investigação visa saber se executivos esconderam das autoridades provas de uso de prática anticompetitiva; AmBev não foi notificada
DA BLOOMBERG
O Ministério da Justiça brasileiro vai começar a investigar
acusações de que os executivos
da AmBev, a maior cervejaria
da América Latina, esconderam das autoridades provas de
uso de práticas anticompetitivas, disse Mariana Tavares,
chefe da divisão antitruste do
ministério.
O ministério seguirá uma recomendação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica) e abrirá investigação sobre os executivos, disse
Tavares. A apuração, que pode
resultar em acusações de ordem cível contra os executivos,
ocorre depois de o Cade ter imposto multa recorde, de R$ 353
milhões, à AmBev, em julho,
por considerar que a companhia praticou concorrência
desleal. A empresa informou
que vai recorrer da multa.
"Vamos seguir a recomendação do Cade e instalar uma averiguação preliminar contra os
executivos da AmBev."
A investigação começará assim que os documentos do Cade chegarem ao ministério, o
que poderá ocorrer na semana
que vem, disse Mariana.
Os nomes dos executivos não
serão revelados por enquanto,
disse Fernando de Magalhães
Furlan, membro do Cade, que
coordenou a investigação da
AmBev, por e-mail.
A AmBev é a divisão, sediada
em São Paulo, da Anheuser-Busch InBev NV. Estão entre
suas marcas as cervejas Antarctica, Bohemia e Brahma.
"Cópias dos documentos obtidos durante inspeção na sede
da AmBev mostram indícios
contra seus administradores.
Especialmente em relação a
atos para encobrir das autoridades da concorrência suas
verdadeiras práticas de mercado", disse Furlan.
O Cade recomendou a investigação de "pessoas direta ou
indiretamente envolvidas e
responsáveis pela infração".
A AmBev não foi notificada
da decisão do ministério e disse
não ter-se surpreendido de que
será aberta uma investigação
de seus executivos com base
nas afirmações anteriores do
Cade, disse Alexandre Loures,
porta-voz da empresa.
Em documentos encaminhados em 22 de julho à Comissão
de Valores Mobiliários, a empresa negou haver delito ligado
a suas práticas de mercado.
"O Ministério da Justiça está
simplesmente fazendo o que
foi determinado pelo Cade há
um mês e amplamente divulgado à época. Não há nenhuma
mudança nos autos até hoje",
disse Loures.
Segundo a legislação brasileira, a divisão antitruste do Ministério da Justiça tem a prerrogativa de decidir se abre ou
não uma investigação com base
em provas encaminhadas pelo
Cade, independentemente da
recomendação do órgão, disse
um porta-voz do ministério.
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