São Paulo, sábado, 29 de agosto de 2009

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Demanda aumenta, e siderúrgicas iniciam retomada neste ano

Com melhora da economia, empresas se recuperam da pior derrocada desde a Segunda Guerra Mundial

DA BLOOMBERG

As siderúrgicas estão retomando a produção em todo o mundo, da China à Rússia, passando pelos Estados Unidos, num momento em que o setor se recupera de sua derrocada, a pior desde a Segunda Guerra Mundial.
A OAO Novolipetsk Steel, a maior siderúrgica russa, elevou ontem sua projeção da produção para 2009, e a Voestalpine AG, a maior da Áustria, encerrou o regime de jornada reduzida e reativou um alto-forno. A Tata Steel Ltd., a maior siderúrgica da Índia, disse que sua divisão Corus vai reabrir uma usina no País de Gales.
O preços das bobinas de aço laminado a quente, o produto siderúrgico referencial, recuperaram em 15% desde 31 de março, depois de cair 55% nos três trimestres anteriores, de acordo com dados da publicação setorial Metal Bulletin.
As usinas reduziram os preços, a produção e o número de funcionários no segundo semestre de 2008, diante das dificuldades das construtoras e das montadoras automobilísticas para sobreviver à crise econômica mundial.
"A demanda vai aumentar a partir de agora, mas bastante lentamente", disse John Kovacs, analista da consultoria de metais CRU Ltd., sediada em Londres. "O risco é a possibilidade de um excesso de capacidade voltar à produção cedo demais, o que deverá causar uma recuperação do tipo "dois passos à frente, um passo atrás"".
A Novolipetsk, empresa sediada na Rússia Central, elevou sua projeção de produção para este ano em 4%, para 10,5 milhões de toneladas, devido ao crescimento da demanda e ao avanço dos preços.
A Voestalpine reiniciou um alto-forno e reinstaurou a jornada de trabalho plena em sua unidade de Linz com a "significativa" recuperação da demanda por aços planos.
A ArcelorMittal, a maior siderúrgica do mundo, disse no mês passado que estava restabelecendo a produção de altos-fornos na Bélgica, França e Espanha. O principal executivo da U.S. Steel Corp., John Surma, disse que algumas de suas usinas voltaram à cadeia produtiva diante da expansão das encomendas.

Alta nos preços
Os preços do aço deverão subir no segundo semestre em vista do aquecimento da demanda, puxado pelos consumidores chineses, escreveu Paul Cliff, analista da Nomura Holdings Inc..
A demanda por parte da China, a maior usuária mundial de aço, está "robusta", e as perspectivas para o setor de construção chinês continuam "sólidas", disse Cliff. A demanda mundial por aço deverá aumentar 12,2% no ano que vem, depois da queda de 10,3% observada em neste ano, disse a Nomura.


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